sábado, 22 de junho de 2024

Hurricane - O Furacão

Título no Brasil: Hurricane - O Furacão
Título Original: The Hurricane
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Norman Jewison
Roteiro: Sam Chaiton
Elenco: Denzel Washington, Rod Steiger, Vicellous Reon Shannon, Deborah Kara Unger

Sinopse:
Rubin Carter (Denzel Washington) é um jovem negro americano que sonha em se tornar um campeão do boxe em seu país. Quando as coisas começam a dar certo em sua carreira ele é injustamente acusado pela morte de homens brancos em sua cidade natal. Levado a julgamento é condenado a uma dura e cruel pena de prisão. Baseado em fatos reais, com roteiro escrito a partir das memórias de Carter. Indicado ao Oscar de Melhor Ator (Denzel Washington). Vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Ator (Denzel Washington) e indicado a Melhor Direção (Norman Jewison).

Comentários:
Ontem comentei aqui sobre o filme "Em Nome do Pai", uma produção baseada em fatos reais que contava a história de um homem que ficou por longos anos encarcerado sem ter qualquer culpa nos crimes que lhe imputavam. Pois bem, por uma dessas coincidências do destino ontem faleceu Rubin "Hurricane" Carter, outro personagem que sofreu na pele a injustiça de ser acusado e condenado por um crime que não cometeu. No caso de Carter a situação foi ainda pior pois há como um ingrediente fundamental em sua condenação o racismo, tão forte e presente ainda nos dias de hoje nos Estados Unidos, apesar de todos os esforços para mudar a mentalidade de certos setores daquela sociedade. Esse é um daqueles roteiros viscerais que todo grande ator sonha um dia cair em seu colo. Para Denzel Washington foi uma graça receber o convite para interpretar Hurricane. Afinal sua vida, repleta de momentos dramáticos e terríveis, era de fato um prato cheio para abocanhar uma grande quantidade de prêmios. De fato Denzel incorpora de forma brilhante o personagem, mudando seu modo de ser e até mesmo seu visual - ele fez um tratamento especial para mudar a textura de seu próprio cabelo. Obviamente a crítica se derreteu em elogios e Denzel foi merecidamente premiado no Globo de Ouro, chegando no Oscar como franco favorito ao prêmio mas... por uma dessas ironias dos deuses do cinema ele não conseguiu vencer! Bom, se o argumento de "Hurricane - O Furacão" era sobre injustiça então o fato de não ter levado seu Oscar acabou sendo mais do que conveniente à história que contava. A vida imitando a arte! De uma forma ou outra não deixe de assistir esse drama maravilhoso que mostra como pode ser cruel os mecanismos e meandros do sistema judiciário quando se perde os mais preciosos valores em seus julgamentos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Gamer

Esse é o tipo de produto que se consome em cinemas de shopping center. Tudo muito rápido, ágil, ultra acelerado. Não é bem um filme mas sim um fast food. A edição corre a mil e o roteiro foi escrito por e para fãs de videogame... pena que o conteúdo é zero! Eu na verdade já tinha assistido esse filme antes. Seu nome é "The Running Man - O Sobrevivente". O argumento é o mesmo, a única diferença é que algumas coisas foram acrescentadas nesse remake disfarçado, como por exemplo, o fato das pessoas que estão lutando na arena desse reality show violento são na verdade controladas por gamers, jogadores de video game. Curioso mas um deles é retratado como um gordo glutão que tem como avatar no jogo uma loira sensual (que na verdade é a esposa do personagem de Gerard Butler no filme). Esse aliás está mais inexpressivo do que nunca, eu nunca o considerei um bom ator mas aqui ele está bem pior do que costume! Totalmente sem expressão em cena. 

Do elenco do filme aliás só destaco Michael C. Hall (ele mesmo, o Dexter do famoso seriado). Fazendo um vilão baseado nesses milionários da internet ao estilo Bill Gates, Hall consegue fazer milagre em um papel bem rasinho, sem expressividade. O filme é curtinho, quase um média metragem (uma hora e vinte de duração), o que é um alívio já que não há mesmo muita estória para contar. A dupla de diretores nunca fez nada de muito relevante e parecem pensar entender o que os jovens querem ver no cinema atualmente - pouco conteúdo, muita pirotecnia e enredos de games. Para não dizer que desgostei de tudo vou terminar essa resenha elogiando a edição (não poderia ser diferente numa produção como essa) e a trilha sonora que adapta velhas canções com arranjos mais modernos. Enfim é isso. Se você é fã de games pode até vir a se divertir, caso contrário não, definitivamente não vai gostar!  

Gamer (Gamer, Estados Unidos, 2009) Direção: Direção: Mark Neveldine, Brian Taylor / Roteiro: Mark Neveldine, Brian Taylor / Elenco: Gerard Butler, Michael C. Hall, Ludacris / Sinopse: Em um futuro violento competidores entram em um reality show aonde são dirigidos por jogadores de videogames.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de junho de 2024

Blue Bloods - Terceira Temporada

Blue Bloods - Terceira Temporada
Eu até gosto muito de Blue Bloods. Caso contrário eu não teria assistido as três primeiras temporadas. E olha que são temporadas longas, com quase 22 episódios cada uma. Então é aquele tipo de série que você precisa ter fôlego para ver porque parece nunca ter fim. Dito isso tenho que admitir também que os roteiristas me parecem meio preguiçosos. Isso porque a série realmente tem vários problemas. O pior deles é seguir uma determinada fórmula que se repete ad nauseam.

A fórmula de todos os episódios é praticamente a mesma. Geralmente há dois crimes a se resolver. Um mais complexo é resolvido pela dupla de detetives da família. O mais simples geralmente envolve o caçula, que trabalha como policial de rua em Nova Iorque. E tem também aquelas chatas cenas de almoço ou jantar com os mesmos familiares de sempre. Familismo chato desses roteiros, mesmo que a série no final das contas seja  sobre uma família de policiais de Nova York.

Agora de bom mesmo temos o Tom Selleck no elenco. Claro que agora ele está bem mais velho. Para um ator veterano, na sua idade, essa série realmente foi um presente. Ele não precisa fazer muito esforço e como a série se manteve por longos anos em cartaz ele conseguiu seguir na mesma linha, mantendo sua carreira de ator viva, algo que nem sempre acontece. 

Então é isso. A terceira temporada segue no mesmo esquema das anteriores. Sem maiores novidades. essa é uma série padrão do canal CBS e é exibida na TV aberta nos Estados Unidos. Por essa razão ela é tão quadradinha e conservadora. Coisas muito ousadas você não encontrará, apenas o feijão com arroz de toda semana. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 14 de junho de 2024

A Família Stallone

A Família Stallone
O Stallone atualmente realmente atira para todos os lados. Aos 77 anos de idade ele tenta ainda se manter relevante, embora os anos de glória estejam mesmo no passado. Normal da vida, as coisas são assim. Em uma década você consegue ganhar 20 milhões de dólares. Na próxima fica complicado até mesmo fazer novos filmes no cinema. 

Essa série tenta copiar de alguma foram a série reality de grande sucesso The Kardashians; Eu nem preciso dizer que não assisto esse tipo de série. Não gosto, acho fútil demais. Por isso mesmo gostando muito do Stallone acabei deixando a primeira temporada passar em branco. Na segunda temporada arrisquei assistir a alguns episódios. 

A família dele é formada pela esposa e três filhas. Importante dizer que Stallone tem outros filhos. Um deles morreu há alguns anos. O outro tem problemas mentais. Esse último não aparece nesse reality. Acho que Stallone o preservou, o que achei uma atitude correta. 

Não tem nada demais aqui, as coisa são previsíveis. O Stallone é o paizão meio bobão. As filhas são jovens dinâmicas, tentando parecer carismáticas. Algumas vezes dá certo, outras não. Elas aparecem bem chatinhas. Tem também o irmão do Sly, Frank, que faz um contraponto interessante. É o tiozão solteirão e meio esquisito das meninas. Então é isso, tudo meio frívolo, meio bobinho. De bom mesmo apenas os episódios que o Stallone volta para a Itália de seus avôs. Ficou bem interessante esse episódio. O resto pode ser dispensado sem problemas. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 13 de junho de 2024

O Acordo

Sem medo de errar começo a resenha dizendo que esse é muito provavelmente o melhor filme da carreira de Dwayne Johnson, também conhecido como The Rock. Não se trata de um filme de ação descerebrado, sem roteiro nenhum, com uso de pura pancadaria gratuita. “O Acordo” está muito longe disso. Na realidade o que temos aqui é um bom roteiro, com um enredo que realmente prende a atenção, fugindo sempre das fórmulas fáceis do gênero. Na estória Dwayne Johnson interpreta um bem sucedido empresário do ramo de transportes da construção civil. Divorciado, ele agora está em um belo momento da vida, realizado profissionalmente, com um bom relacionamento com sua esposa atual e pai de uma adorável filhinha. As coisas começam a mudar quando seu primeiro filho (que mora com a sua ex-esposa) resolve de forma impensada entrar no esquema de tráfico de drogas de seu amigo, Graig. Pego em flagrante pela agência antidrogas dos EUA ele vai preso imediatamente.

Encarcerado ele tem duas opções. Ou entrega outros traficantes e assim diminui sua pena ou então encara no mínimo dez anos de cadeia. O problema é que ele não conhece outros criminosos pois só tinha contato com Graig. Para ajudar na situação de seu filho, Dwayne resolve tomar uma atitude radical: ele mesmo decide procurar por traficantes da área para em um acordo com a promotoria diminuir o tempo de prisão de seu filho. Através de um ex-detento que trabalha em sua firma ele entra em contato com uma gangue de criminosos que entende ser uma boa opção traficar as drogas através dos caminhões da empresa de Johnson. A partir daí os acontecimentos tomam rumos inesperados. Uma das melhores coisas desse “O Acordo” é sua tentativa de sempre manter os pés no chão. O personagem de “The Rock” não é um super-herói de ação que sai matando um exército de bandidos de uma vez só. Pelo contrário, é um pai de família que entra em um negócio sujo para livrar seu filho de uma longa pena, uma vez que provavelmente não sobreviverá à dura realidade da cadeia. O filme tem um ótimo elenco de apoio, com destaque para a sempre excelente Susan Sarandon e um clima de tensão e medo que abrilhanta ainda mais o resultado final. É sem dúvida um filme bem acima da média das produções atuais do gênero.

O Acordo (Snitch, Estados Unidos, 2013) Direção: Ric Roman Waugh / Roteiro: Ric Roman Waugh, Justin Haythe / Elenco: Dwayne Johnson, Nadine Velazquez, Jon Bernthal, Susan Sarandon, J.D. Pardo, Harold Perrineau, Michael Kenneth Williams, Benjamin Bratt, Barry Pepper / Sinopse: Para livrar o filho de uma longa pena por tráfico de drogas um pai desesperado entra em acordo com a promotoria federal. Ele se infiltrará dentro de uma rede de traficantes locais em troca de redução da pena de seu filho.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Caos

Após uma operação policial mal sucedida em que morre uma refém, o detetive Quentin Conners (Jason Statham) é suspenso da corporação. Seu retorno só acontece quando uma quadrilha domina uma agência bancária no centro de Seattle. Liderados pelo misterioso Lorenz (Wesley Snipes), eles exigem a presença de Conners nas negociações. De volta à ativa as coisas novamente não saem muito bem. Para piorar o veterano policial precisa lidar com seu novo parceiro, Shane Dekker (Ryan Phillippe), um novato recém saído da academia de polícia. Ao seu lado ele tentará colocar o bando de Lorenz atrás das grades. Nada é o que aparenta ser nesse bom filme de ação. Esse é aquele tipo de filme que qualquer comentário fora do lugar estragará as várias surpresas do roteiro. Esse por sua vez é muito bem bolado e mantém o espectador o tempo todo em suspense.

Há dois eventos que definirão toda a estória. A primeira acaba sendo o estopim de tudo o que acontecerá em cena. Conners e seu parceiro acabam cometendo um erro numa ponte durante uma forte chuva. Há uma refém e um criminoso apontando a arma em sua direção. Como sair dessa armadilha? Um dos policiais perde o controle e atira. A refém é morta. Depois o sequestrador também é baleado. Os dois detetives são afastados. Um deles é expulso, mas o personagem de Statham consegue ficar no departamento de polícia, ainda que afastado e suspenso por tempo indeterminado. O segundo evento crucial do filme surge quando um banco é assaltado, todos os criminosos são liderados pelo frio e calculista Lorenz (Snipes). Ele parece conhecer muito bem a forma como Conners (Statham) trabalha e por isso o chama para servir como negociador. Mas afinal o que haveria por trás de todo esse suposto crime? O grande mérito desse roteiro inteligente é a reviravolta que acontece nos 10 minutos finais. Talvez você não pegue todas as pistas que vão sendo deixadas pelo caminho. Melhor assim. Uma das grandes graças de se assistir a filmes como esse é justamente se surpreender com o desenrolar dos fatos. Nesse aspecto o diretor Tony Giglio se saiu excepcionalmente bem. E Jason Statham é aquele tipo de ator que sempre vale a pena conferir seus filmes.

Caos (Chaos, Estados Unidos, Inglaterra, 2005) Estúdio: Sony Pictures / Direção: Tony Giglio / Roteiro: Tony Giglio / Elenco: Jason Statham, Ryan Phillippe, Wesley Snipes, Jessica Steen / Sinopse: Policial veterano com parceiro novato precisa lidar com a inexperiência do jovem policial, ao mesmo tempo em que tanta colocar um perigoso criminoso que está solto atrás das grades.
  
Pablo Aluísio.

sábado, 1 de junho de 2024

Caçada Mortal

Título no Brasil: Caçada Mortal
Título Original: A Walk Among the Tombstones
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Cross Creek Pictures
Direção: Scott Frank
Roteiro: Scott Frank, Lawrence Block
Elenco: Liam Neeson, Dan Stevens, David Harbour
  
Sinopse:
Matt Scudder (Liam Neeson) é um ex-policial que é procurado por um traficante de drogas desesperado após sua esposa ter sido sequestrada e morta por bandidos, mesmo após o pagamento do resgate. Trabalhando como detetive particular, Matt inicialmente reluta em aceitar o serviço, mas depois que a mulher é encontrada morta em pedaços no cemitério da cidade resolve ir atrás dos assassinos. Suas pistas acabam o levando a uma dupla de psicopatas insanos, que defendem um estranho senso de justiça próprio.

Comentários:
Pelo visto Liam Neeson deixou definitivamente o perfil mais artístico de sua carreira de lado para se aprofundar cada vez mais em fitas policiais ou de ação como essa. Nesse "Caçada Mortal" ele volta ao gênero que tem lhe proporcionado boas bilheterias ao redor do mundo. Seu personagem é um policial em crise, um sujeito que nunca se perdoou após ter matado acidentalmente uma garotinha de sete anos numa troca de tiros com uns delinquentes juvenis. A morte da menina acaba o levando a uma forte crise existencial que o faz inclusive a abandonar seu próprio distintivo, largando uma promissora carreira policial. Agora ele vive como detetive particular, trabalhando praticamente como um mercenário. Seu mais novo cliente é um traficante de drogas que lhe paga uma boa soma para que ele encontre os sequestradores responsáveis pela morte de sua esposa. Claro que no meio do caminho o ex-tira terá que ir até os piores becos da cidade em busca de informações. Nesse caminho acaba fazendo uma curiosa amizade com um jovem negro que tem como sonho também se tornar detetive particular como ele. Devo dizer que esse "A Walk Among the Tombstones" é um bom filme policial, valorizado por um certo clima opressivo, com uma fotografia escura e deprimente que captou muito bem o inferno astral do protagonista. Existem algumas apelações no roteiro, mas nada que comprometa o resultado como um todo. Neeson, que cultiva na vida real uma personalidade torturada e depressiva (causada pela morte precoce de sua esposa) cai como uma luva no papel. Um filme angustiante, mas também muito bem realizado. Vale o ingresso.

Pablo Aluísio.