quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Battleship - A Batalha dos Mares

Título no Brasil: Battleship - A Batalha dos Mares
Título Original: Battleship
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Peter Berg
Roteiro: Jon Hoeber, Erich Hoeber
Elenco: Taylor Kitsch, Alexander Skarsgård, Brooklyn Decker, Liam Neeson

Sinopse:
Baseado no clássico jogo de combate naval, Battleship traz a estória de uma frota internacional de navios que se deparam com uma armada alienígena, enquanto participa de exercícios e jogos de guerra naval. Uma intensa batalha é travada em terra, mar e ar. O que os aliens afinal querem em nosso planeta? Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Esse filme prova algumas coisinhas. A primeira é que não adianta ter apenas efeitos especiais de última geração para se criar um bom filme. A segunda é que sem um roteiro realmente bom tudo afunda, literalmente. E a terceira (e talvez a mais importante) é que não se cria grandes astros por decreto, da noite para o dia. Que o diga o ator Taylor Kitsch (da série "Friday Night Lights") cujos esforços em se tornar uma verdadeira estrela de cinema foram para o fundo do oceano junto com os navios digitais que surgem em cena. Na realidade o grande problema de "Battleship: A Batalha dos Mares" é que os produtores pensaram e acreditaram piamente que a parte técnica do filme o salvaria do fracasso. Realmente em termos de efeitos especiais não há o que reclamar. O problema é que assim como aconteceu na franquia "Transformers" não há nada muito além disso. A garotada pode até achar a sinopse e a proposta do filme bem divertidas, e quem sabe a fita possa servir de diversão ligeira para uma tarde entediada. Fora isso, olhando sob um prisma mais crítico, não há como deixar de entender tudo como uma grande bobagem mesmo, uma espécie de "Transformers em alto mar" que definitivamente não deu certo. Melhor rever os filmes de guerra clássicos da Segunda Guerra.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Top Gun: Ases Indomáveis

Assisti no cinema. Pois é, na década de 1980 eu já era um cinéfilo, que ia toda semana para o cinema. Eu me lembro inclusive que na semana que esse filme chegou nas telas, outro filme do Chuck Norris chamado "Código do Silêncio" também estreou para bater de frente com Top Gun. Claro que não teve a menor chance. Outra coisa interessante é que eu não sabia direito quem era o Tom Cruise quando vi o filme pela primeira vez. Eu o conhecia, mas superficialmente mesmo. Ele não era um Big Star. Foi justamente esse filme que fez a transformação dele de jovem ator em potencial para grande astro do cinema americano. Depois do grande sucesso de bilheteria ele se tornou um dos dez mais mais bem pagos de Hollywood (posição aliás que nunca mais deixou na carreira, sempre frequentando esse ranking).

E verdade seja dita, "Top Gun: Ases Indomáveis" é um belo de um filme. Resistiu bem à passagem do tempo e até hoje pode ser assistido sem problemas. O roteiro é bem legal, cinema pop por excelência e tem boas cenas de combate aéreo. Inclusive esse foi um fato curioso porque o filme foi produzido em um tempo em que os Estados Unidos estava em paz, sem nenhum conflito internacional. A Guerra do Vietnã havia acabado e tudo mais. Então inventaram um "incidente internacional" com a URSS, para criar um certo clima. Forçado, claro, mas ainda assim funcional para o filme. Enfim, "Top Gun" é seguramente Top 10 dos anos 80.

Top Gun: Ases Indomáveis (Top Gun, Estados Unidos, 1986) Direção:Tony Scott / Roteiro: Jack Epps Jr, Ehud Yonay / Elenco: Tom Cruise, Kelly McGillis, Val Kilmer, Meg Ryan, Tim Robbins / Sinopse: O filme conta a história de Maverick (Cruise), um arrojado e ousado piloto de caça da USAF. E agora, além de enfrentar problemas disciplinares com seus superiores, ele terá que também enfrentar seu primeiro grande desafio pilotando um avião de guerra F-15.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de novembro de 2023

Mad Max 3 - Além da Cúpula do Trovão

Título no Brasil: Mad Max - Além da Cúpula do Trovão
Título Original: Mad Max Beyond Thunderdome
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Warner Bros
Direção: George Miller, George Ogilvie
Roteiro: Terry Hayes, George Miller
Elenco: Mel Gibson, Tina Turner, Bruce Spence

Sinopse:
Terceiro e último filme da franquia original Mad Max. Agora o ex-patrulheiro Mad Max Rockatansky (Mel Gibson) precisa enfrentar novos desafios em um mundo  pós-apocalíptico, em especial crianças que vivem numa tribo selvagem no meio do deserto e uma monarca sanguinária e cruel com os seus inimigos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Canção Original ("We Don't Need Another Hero" por Tina Turner). Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Filme de Ficção, Direção, Roteiro e Figurino.

Comentários:
Esse foi o mais caro e dispendioso "Mad Max". Ok, a franquia é mundialmente aclamada desde os anos 80, mas vamos ser bem sinceros, os dois primeiros filmes são bem precários em termos de produção e orçamento. O primeiro Mad Max é quase um filme amador rodado pelas estradas mais desertas da Austrália. Realizado com um orçamento mínimo só virou um cult por causa da força do mercado de vídeo que nascia naquele momento nos Estados Unidos. O segundo sem dúvida era muito melhor, mais bem produzido, porém em nada comparável com essa super produção. Agora o curioso é que "Mad Max Beyond Thunderdome" foi criticado justamente por causa dos exageros de sua produção. Se antes faltava dinheiro, agora a sensação foi que exageraram na dose. Tudo é over, os figurinos, os cenários, a direção de arte. A cantora Tina Turner, um dos destaques do elenco, usa e abusa de uma peruca que parece ter sido roubada do armário de alguma drag queen. Mel Gibson também está mais maluco do que o habitual. Mesmo com o clima assumidamente kitsch, o filme ainda diverte bastante, principalmente se você for um fã nostálgico dos anos 80. Poucos filmes são tão a cara daquela década como esse aqui (só faltou o Michael Jackson e o Bruce Springsteen na trilha para o quadro ficar completo). Ligue a vitrola e se divirta o máximo que puder.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Fuga de Nova York

Título no Brasil: Fuga de Nova York
Título Original: Escape from New York
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar
Direção: John Carpenter
Roteiro: John Carpenter, Nick Castle
Elenco: Kurt Russell, Lee Van Cleef, Ernest Borgnine

Sinopse:
No futuro, o crime está fora de controle e Nova York é uma prisão de segurança máxima. Não há mais lei e nem ordem. E é justamente nesse local sem limites onde apenas o forte sobrevive que cai o avião do presidente dos Estados Unidos. Para resgatar o líder máximo da nação é enviado o condenado e veterano de guerra Snake Plissken (Kurt Russell). Indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Filme de Ficção, Melhor Diretor, Figurino e Maquiagem.

Comentários:
Esse é um pequeno clássico de ação e ficção muitas vezes reprisado na televisão aberta brasileira. Também é considerado um dos mais representativos filmes da carreira do diretor John Carpenter. Sempre considerei esse cineasta muito subestimado em todos os sentidos. Carpenter conseguia realizar bons filmes com praticamente nada. Os orçamentos eram restritos e os estúdios nem sempre acreditavam em suas ideias pouco convencionais. Aqui ele escreveu um roteiro sem limites à imaginação. O mundo é no futuro um lugar sujo e sem regras e até os supostos heróis de suas tramas são sujeitos casca grossa e no limite entre o certo e o errado. Que o diga o personagem Snake Plissken (Kurt Russell) ou, como ficou conhecido no Brasil, Cobra Plissken! Assim o que temos aqui é uma fita muito bem realizada, com muita adrenalina e ideias criativas e bem originais. Russell com tapa olho entrou definitivamente na cultura pop e até hoje é lembrado. O elenco de apoio também é dos melhores, com vários veteranos das telas. Alguns anos depois teve uma continuação chamada "Fuga de Los Angeles" que apesar dos bons efeitos digitais era muito inferior a esse. Em suma, pancadaria com estilo e sabor de nostalgia. Vale a pena rever.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de novembro de 2023

Sicario: Terra de Ninguém

A fronteira entre Estados Unidos e México é seguramente um dos lugares mais violentos do mundo. É justamente essa rota que os cartéis mexicanos de drogas usam para transportar sua produção para o maior mercado consumidor de entorpecentes do mundo. Pois é, os mexicanos produzem e transportam as drogas, enquanto os americanos as consomem. Regra básica do capitalismo. Enquanto houve consumidor de um produto, haverá um produtor. Nesse campo de batalha trabalha a agente do FBI Kate Macer (Emily Blunt). Após sua equipe estourar uma casa do cartel, onde encontram corpos literalmente enterrados em suas paredes, ela aceita o convite para entrar em uma nova missão.

Esse novo grupo é comandado pelo agente da CIA Matt Graver (Josh Brolin). Ele é um sujeito experiente que sabe com quem está lidando. Por isso seu grupo é bem heterogêneo, contando inclusive com um ex-traficante barra pesada conhecido apenas como Alejandro (Benicio Del Toro). Os traficantes do cartel da fronteira mataram sua família no passado e agora ele está disposto a fazer qualquer coisa por vingança. Esses três personagens formam o trio central desse filme policial dirigido por Denis Villeneuve, novo cineasta que tem chamado bastante a atenção, principalmente por causa de seu último filme, a ficção "A Chegada", um dos melhores do ano passado.

Dizem que todo filme desse estilo precisa ter pelo menos três boas cenas. Requisito cumprido por Sicario. A primeira sequência, quando a equipe de Blunt chega na casa utilizada pelos traficantes é muito boa, com suspense e ação nas doses certas. Outra boa cena vem quando eles entram no México para levar até os Estados Unidos um parente do principal chefão mexicano. Andar naquelas ruas sendo cercados por criminosos é pura adrenalina, por si só. Por fim o filme fecha tudo com uma ótima cena final quando Del Toro finalmente tem a chance de concretizar sua vingança pessoal.

Hoje em dia fala-se muito no fracasso da guerra contra o tráfico. Que tudo deveria ser liberado para que não houvesse mais esse tipo de violência, como a que vemos no filme. Embora essa nova forma de pensar tenha alguns bons argumentos em seu favor, sou completamente contra esse tipo de pensamento. Basta ver como vivem e quais são os limites (ou a falta deles) dos que controlam esse tipo de atividade. Fora o fato de que se tudo fosse liberado a sociedade iria ter que arcar com os custos de ter que lidar com uma geração de zumbis, os próprios viciados. Lembre-se da Cracolândia. Assim embora seja algo nocivo, violento, que gera muitas mortes, a repressão ainda se faz necessária. "Sicario" mostra acima de tudo que nessa guerra nem sempre os lados estão bem delimitados. A guerra contra as drogas porém, ao contrário do que muitos dizem, pode sim ainda ser vencida.

Sicario: Terra de Ninguém (Sicario, Estados Unidos, 2015) Direção: Denis Villeneuve / Roteiro: Taylor Sheridan / Elenco: Emily Blunt, Josh Brolin, Benicio Del Toro / Sinopse: O filme acompanha um grupo de agentes do FBI e da CIA atuando na fronteira entre Estados Unidos e México. A missão deles é colocar atrás das grades o grande chefão do tráfico de drogas na região. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Roger Deakins), Melhor Música Original (Jóhann Jóhannsson) e Melhor Edição de Som (Alan Robert Murray).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Batman - O Retorno

Título no Brasil: Batman - O Retorno
Título Original: Batman Returns
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tim Burton
Roteiro: Daniel Waters
Elenco: Michael Keaton, Danny DeVito, Michelle Pfeiffer, Christopher Walken.

Sinopse: 
Batman (Michael Keaton) terá agora que enfrentar dois novos vilões em Gotham City. O primeiro é um sujeito com deformações físicas e mentais chamado Oswald Cobblepot (Danny DeVito) que usando de suas ligações com o submundo se torna um empresário rico e poderoso. Conhecido como Pinguim ele busca vingança contra todos aqueles que o prejudicaram no passado. Já a atrapalhada secretária Selina Kyle (Michelle Pfeiffer) acaba assumindo a identidade criminosa da Mulher-Gato após sofrer um sério acidente. Especialista em roubos de jóias valiosas ela se tornará mais um problema na vida do Homem-Morcego.

Comentários:
Depois do simpático "Frankie e Johnny" a atriz Michelle Pfeiffer foi escolhida pelo diretor Tim Burton para estrelar essa sequência do fenomenal sucesso "Batman". O curioso é que Burton diria anos depois que esse era de fato o primeiro filme dele na franquia. Explicou que as pressões na primeira produção eram tão grandes que muitas das decisões não tinham sido tomadas por ele e sim por executivos da Warner. Assim "Batman - O Retorno" era de fato o primeiro filme em que ele teve realmente controle completo sobre o resultado final. Como sempre acontece em filmes de Batman o destaque aqui vai mais uma vez para a galeria de vilões. Danny DeVito, por exemplo, se revelou perfeito para o papel de Oswald Cobblepot, mais conhecido como Pinguim. Mesmo assim nada consegue chegar perto da atuação de Michelle Pfeiffer como Catwoman. Aliás sua performance foi tão marcante que muitos só lembram desse filme justamente por causa da imagem ícone de Pfeiffer em sua roupa negra colante. Esse foi o personagem que mais marcou na carreira da atriz, tanto que ela teria dificuldade de se livrar dessa imagem anos depois. De uma forma ou outra "Batman - O Retorno" é um ótimo entretenimento e na minha opinião é também o melhor filme da franquia original. Infelizmente Burton sairia da série logo depois e a qualidade dos filmes do Batman só iriam decair nos anos seguintes.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de novembro de 2023

Zona de Perigo

Título no Brasil: Zona de Perigo
Título Original: Striking Distance
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Rowdy Herrington
Roteiro: Rowdy Herrington, Marty Kaplan
Elenco: Bruce Willis, Sarah Jessica Parker, Dennis Farina

Sinopse: 
O detetive Tom Hardy (Bruce Willis) vem de uma longa linhagem de policiais em Pittsburgh. Tendo que decidir entre sua ética pessoal e a fidelidade com membros de seu clã familiar ele acaba escolhendo o caminho mais correto e resolve depor na justiça contra seu próprio primo, um policial acusado de brutalidade em serviço. Seu ato nobre porém se torna mal visto entre seus colegas policiais e ele acaba sendo ainda mais hostilizado em seu meio depois de criar a convicção de que um serial killer que está agindo na região é na verdade um tira que resolveu liberar seus instintos assassinos. Estará certo ou isso seria apenas uma forma de revanchismo contra seus colegas de farda?

Comentários:
Depois do sucesso de "Duro de Matar" a carreira de Bruce Willis foi redirecionada mesmo para os filmes com muita ação e pancadaria. Esse "Zona de Perigo" é quase um genérico do maior sucesso de Willis no cinema. O enredo é até melhor desenvolvido, há uma trama envolvendo um serial killer mas no fundo tudo não passa de mera desculpa para as cenas de ação. Há realmente poucas novidades a não ser as locações diferentes (sai de cena Los Angeles e entra Pittsburgh, Pennsylvania) e algumas cenas de perseguição com lanchas que fogem um pouco do lugar comum dos action movies da época. Em termos de roteiro ainda percebemos uma preocupação maior em dar uma profundidade mais humana ao personagem de Willis, sem apostar somente no conceito de super-herói de ação, mas nada também muito complexo. Lançado há 20 anos o filme não foi um grande sucesso nos cinemas mas fez bonito no mercado de vídeo onde encontrou seu público ideal. Afinal de contas a fita não passa de um entretenimento ligeiro realmente, ótimo para ser locado em um fim de semana preguiçoso. Por fim um lembrete interessante para as fãs de "Sex and the City", a atriz Sarah Jessica Parker está no elenco, aliás de maneira nada sofisticada ou elegante. Provavelmente ela queira mesmo é esquecer sua participação aqui.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

RoboCop (2014)

O primeiro RoboCop é uma pequena obra prima dos anos 80. Claro que as várias sequências, algumas bem ruins, saturaram de certa maneira o personagem. Isso porém nunca tirou o mérito original do primeiro filme. Agora com a escassez de ideias que assola Hollywood resolveu-se realizar um remake, zerando a franquia, recomeçando tudo de novo. O resultado é essa nova versão dirigida pelo brasileiro José Padilha. Como ele foi o diretor dos excelentes filmes nacionais da franquia "Tropa de Elite" eu pensei que haveria mais conteúdo e substância nessa repaginada. Afinal de contas até mesmo o filme original colocava em pauta assuntos interessantes como a força das corporações controlando o aparelho policial que deveria ficar nas mãos do Estado. Certamente haveria bom material para levar adiante.

Padilha porém não se aprofundou muito nesse aspecto. De certa maneira ele se rendeu ao sistema mais formulaico que os grandes estúdios impõe em filmes como esse. Não houve o menor espaço para Padilha ser minimamente autoral. Ele parece o tempo todo mais preocupado em ser aceito dentro da indústria americana de cinema do que desenvolver algo que venha a ser marcante. O discurso político foi devidamente varrido para debaixo do tapete, ou melhor dizendo, amenizado ao máximo. O que sobrou foi um filme de ação e violência até competente, mas que poderia ser muito mais do que realmente é. Afinal de contas qual seria a necessidade de refilmar algo que já foi tão bom sem acrescentar nada em troca? Deixando tudo isso de lado vale a pena ao menos elogiar a competência técnica que o filme apresenta e a boa atuação de Joel Kinnaman no papel principal. Um ator já bem conhecido dos fãs da série "The Killing" ele certamente surpreendeu positivamente no papel do policial Alex Murphy.

RoboCop (Estados Unidos, 2014) Direção: José Padilha / Roteiro: Joshua Zetumer, Edward Neumeier / Elenco: Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton / Sinopse: Remake do clássico RoboCop de 1987. A história segue basicamente a mesma. Policial é ferido e acaba se tornando o protótipo de um novo programa que busca criar um novo tipo de homem da lei, unindo a racionalidade e a precisão de uma máquina com a consciência de um ser humano. Nasce assim RoboCop, meio homem, meio máquina, um tira total.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Comando Para Matar

Se algum dia seu filho lhe perguntar como era o cinema de ação da década de 80 eu sugiro que você passe para o garoto esse "Commando". Pegando carona nos sucessos de Stallone o austríaco Arnold Schwarzenegger estrelou em 1985 o filme brucutu da década! Enquanto Stallone ainda se preocupava em armar toda uma situação dramática para desenvolver minimamente seus personagens, os filmes de Scharzennegger não perdiam tempo com esses detalhes. Se Rambo chorava pela perda do Vietnã, o Coronel John de "Commando" simplesmente usava um facão e uma bazuca para colocar ordem no mundo. Nada de sutilezas, filmes testosterona por excelência, porrada pela porrada e nada mais, sem discursos, sem papo furado, só pancadaria sem limites (e coloca sem limites nisso já que o filme de tão exagerado acabou ficando engraçado com os anos pois Arnold Schwarzenegger com apenas uma arma vence praticamente um exército inimigo inteiro no muque! Coisa de louco!). Os filmes de ação dos anos 80 eram assim mesmo, ao estilo "quebra ossos"! Tudo o que se precisava era de uma razão qualquer para se começar a matança desenfreada. 

Nesse "Comando Para Matar" o halterofilista Schwarzenegger mata centenas e centenas de inimigos sem muito esforço (geralmente os mesmos figurantes que morriam e apareciam na cena seguinte para também levar sua cota de balas e cair morto mais uma vez!). Nem preciso dizer que o filme foi mais um grande sucesso na carreira do ator. Para se ter uma ideia "Commando" custou menos de 10 milhões de dólares e rendeu quase sete vezes mais mundo afora! Nada mal. O filme acabou gerando (junto com Rambo) outros pequenos filmes de ação de roteiros semelhantes ao estilo "exército de um homem só". Em sua esteira vieram coisas como "Braddock" (com o baixinho indestrutível e marrento Chuck Norris) e centenas de cópias baratas que enchiam as locadoras (era a época do estouro do VHS no mercado brasileiro e mundial). Hoje em dia muitos atribuem essa overdose de violência no cinema ao momento político em que vivia os EUA. Com um governo ultra direita e republicano no poder (a chamada era Ronald Reagan) não parecia haver qualquer limite para a beligerância norte-americana. Eu acho essa visão um pouco exagerada, no fundo talvez tudo não passe apenas de um nicho de público que os estúdios descobriram na época. Os espectadores pareciam se divertir como nunca ao presenciarem o brutamontes austríaco mandando alguns inescrupulosos para o inferno! Mais anos 80 do que isso impossível! Diversão escapista em suma. 

Comando Para Matar (Commando, Estados Unidos, 1985) Direção: Mark L. Lester / Roteiro: Jeph Loeb, Matthew Weisman / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Rae Dawn Chong, Dan Hedaya, Vernon Wells. / Sinopse: Jenny Matrix (Alyssa Milano) é sequestrada por um grupo paramilitar. Um ex-ditador latino-americano tenta usar a garota como meio de troca para que seu pai, o Coronel John Matrix (Arnold Schwarzenegger) mate um rival político que atualmente está no poder em seu país. Como descobrirá depois essa definitivamente não foi uma boa idéia.  

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Rambo II - A Missão

Após os acontecimentos do primeiro filme John Rambo (Sylvester Stallone) é enviado em uma missão secreta pelo governo norte-americano para o sudeste asiático. Seu objetivo é se infiltrar na selva para confirmar ou não a existência de campos de prisioneiros americanos da guerra do Vietnã. Tudo que deveria fazer era fotografar os campos caso existentes e retornar para os EUA. Porém Rambo tem outros planos para seus antigos companheiros de guerra, agora prisioneiros em condições deploráveis. "Rambo II - A Missão" é até hoje considerado um dos melhores filmes da franquia. Não há a carga dramática do primeiro filme, aqui o foco é realmente na ação pura e simples. Rambo surge finalmente com as características que iriam lhe definir nos filmes seguintes, ou seja, um super soldado, treinado nas melhores técnicas e que de posse de material de alta tecnologia era capaz de enfrentar sozinho todo um exército. Quando lançado o filme fez tanto sucesso de bilheteria que no Brasil ocorreu um fenômeno raro, a produtora a pedido dos exibidores, promoveu um relançamento do primeiro filme nos cinemas, um fato único ocorrido naquela época. 

Além do relançamento do filme original o sucesso de Rambo II consolidou o personagem como herói multimídia no mercado. Rambo virou coleção de brinquedos, desenho animado e marca para licenciamento de produtos como lancheiras, cadernos e tudo o mais que se possa imaginar. Nascido como personagem de literatura Rambo virou ícone da cultura pop moderna. Muito disso se deve a visão dos produtores Mario Kassar e Andrew G Vajna que sabiam que poderiam transformar Rambo em um produto de sucesso no mercado. Outro aspecto curioso de Rambo II é que ele virou tema de uma boba patrulha ideológica em seu lançamento. O personagem Rambo logo foi associado ao setor mais reacionário da política externa americana, sendo ligado ideologicamente ao estilo linha dura do presidente americano Ronald Reagan (que chegou a declarar publicamente que Rambo era um de seus personagens preferidos). Pura bobagem. "Rambo II - A Missão" é apenas um competente filme de ação dirigido com maestria pelo especialista George P. Cosmatos (falecido em 2005). Qualquer leitura política ou social de Rambo é mera bobagem. O que vale em si é a aventura e o entretenimento aqui, coisa que o filme cumpre muito bem, diga-se de passagem.  

Rambo II - A Missão (Rambo: First Blood Part II, Estados Unidos, 1985) Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: Sylvester Stallone, Kevin Jane e James Cameron baseados no personagem criado por David Morrell / Elenco: Sylvester Stallone, Richard Grenna, Charles Napier, Steven Berkof / Sinopse: Após os acontecimentos do primeiro filme John Rambo (Sylvester Stallone) é enviado em uma missão secreta pelo governo norte-americano para o sudeste asiático. Seu objetivo é se infiltrar na selva para confirmar ou não a existência de campos de prisioneiros americanos da guerra do Vietnã. Tudo que deveria fazer era fotografar os campos caso existentes e retornar para os EUA. Porém Rambo tem outros planos para seus antigos companheiros de guerra, agora prisioneiros em condições deploráveis.  

Pablo Aluísio.