sábado, 30 de dezembro de 2023

007 Marcado para a Morte

Título no Brasil: 007 Marcado para a Morte
Título Original: The Living Daylights
Ano de Produção: 1987
País: Inglaterra
Estúdio: Eon Productions, MGM
Direção: John Glen
Roteiro: Richard Maibaum, Michael G. Wilson
Elenco: Timothy Dalton, Maryam d'Abo, Jeroen Krabbé, Joe Don Baker, John Rhys-Davies, Andreas Wisniewski

Sinopse:
James Bond (Timothy Dalton) ajuda um militar russo a deserdar para o Ocidente. Nesse meio tempo acaba descobrindo também um complexo plano de uma organização criminosa envolvida com traficantes internacionais da União Soviética, do bloco comunista. no Leste europeu.

Comentários:
Com a aposentadoria de Roger Moore os produtores foram atrás de um novo ator para a franquia de James Bond nos cinemas. O escolhido acabou sendo Timothy Dalton. Ele não era muito conhecido, poucas pessoas conseguiam se lembrar dele. Infelizmente Dalton acabou fazendo apenas dois filmes como o agente secreto 007. Esse seu primeiro filme até teve uma bilheteria razoável, mas os números do segundo filme não convenceram e ele acabou sendo demitido. Apenas George Lazenby, que havia feito apenas um filme como Bond durante os anos 60, conseguiu superar Dalton no quesito brevidade. Uma pena pois Dalton, em minha opinião, não deixava a desejar como Bond. Ele era bom ator. O que deu errado então? Acredito que Timothy Dalton não tenha agradado ao público que estava acostumado com Roger Moore. Sempre que havia uma troca de um ator que havia ficado por anos interpretando Bond acontecia esse tipo de coisa. Com Sean Connery aconteceu exatamente isso. É uma pena porque esse filme dos anos 80 tinha todos os elementos para agradar aos fãs do agente secreto. Até uma ótima trilha sonora (com o A-ha) encaixava bem com o espírito da época. Tive a oportunidade de assistir no cinema e não me decepcionei. Estava esperando pelo menos uns cinco filmes de Bond com Dalton, mas realmente não deu. Ele acabou sendo substituído por Pierce Brosnan em pouco tempo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

A Outra Face

Título no Brasil: A Outra Face
Título Original: Face/Off
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: John Woo
Roteiro: Mike Werb, Michael Colleary
Elenco: John Travolta, Nicolas Cage, Joan Allen, Nick Cassavetes, Gina Gershon, Dominique Swain
  
Sinopse:
Castor Troy (Nicolas Cage) é um terrorista internacional caçado pelo incansável agente do FBI Sean Archer (John Travolta). No passado o criminoso fora responsável pela morte do filho do policial, o que acabou transformando sua captura em uma questão bem pessoal. Tudo corre bem até que finalmente Archer consegue colocar as mãos em Troy, mas esse acaba entrando em coma após uma grande explosão. O problema é que ele deixou uma bomba armada para ser explodida a qualquer momento. Assim o agente do FBI precisa descobrir onde ela está. Para isso resolve fazer uma cirurgia inovadora e revolucionária onde o rosto do criminoso é transplantado para sua face. Archer pretende usar o disfarce para descobrir onde estaria a bomba, mas algo acaba saindo terrivelmente errado.

Comentários:
Quando o cineasta oriental John Woo foi para Hollywood ele foi saudado como um gênio dos filmes de ação de Hong Kong. Muitos críticos (de forma completamente exagerada) diziam que Woo iria revolucionar o cinema americano. Em pouco mais de dois anos ele rodou quatro filmes, todos aproveitando essa onda favorável por parte de artigos em revistas americanas especializadas em cinema. Esse aqui foi seu terceiro filme Made in USA. Aproveitando-se da fama de dois astros de Hollywood (John Travolta e Nicolas Cage) ele dirigiu um filme com produção classe A embasado em pura bobagem trash. O roteiro jamais pode ser levado à sério, no fundo é uma grande brincadeira com Travolta tirando onda de Cage, o imitando, e vice versa. Claro que há realmente ótimas cenas de ação, porém o fato inegável é que o tempo mostrou que tudo não passava mesmo de uma fita bem descartável, nada memorável. A tal "genialidade" de John Woo nunca realmente chegou a se comprovar nos Estados Unidos. Assim depois de alguns anos (e fracassos de bilheteria) ele acabou retornando para Hong Kong, onde voltou a dirigir aqueles filmes de artes marciais sem muita qualidade cinematográfica. Melhor para ele que nunca deveria ter abandonado o nicho em que sempre se deu bem. Por fim uma mera curiosidade: John Woo voltaria a trabalhar ao lado de Nicolas Cage no filme de guerra "Códigos de Guerra" em 2002. Infelizmente a fita acabou se tornando um grande fracasso comercial, enterrando de vez as pretensões de Woo em continuar a trabalhar em Hollywood.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de dezembro de 2023

Redenção

Em um primeiro momento somos levados a crer que esse filme é mais um daqueles action movies sem muita consistência ou conteúdo, afinal é estrelado por Gerard Butler (de 300) que no pôster ostenta uma arma de grosso calibre. O titulo original do filme, "Machine Gun Preacher", também ajuda na confusão uma vez que uma produção que tem como nome uma referência a um pastor (pregador) armado com uma metralhadora não ajuda a desfazer o equivoco. Na verdade “Redenção” conta uma história das mais interessantes. Baseado em fatos reais conhecemos através do filme a figura de Sam Childers (Gerard Butler). Logo no começo do enredo ele surge saindo de uma prisão de segurança máxima. Havia sido preso por tráfico de drogas. O sujeito não é dos mais agradáveis. Ladrão, motoqueiro, viciado em heroína e violento ao extremo. Após uma noite de excessos que termina no esfaqueamento de um homem que ele havia dado carona, Sam decide seguir os passos de sua esposa, uma ex-stripper que havia encontrado a paz na religião. Assim ele decide ser batizado e finalmente encontra Jesus em sua conturbada vida.

Larga os amigos da criminalidade, deixa as arruaças de lado e começa a trabalhar de forma honesta na construção civil. Depois disso sua vida finalmente deslancha. Ele resolve abrir sua própria empresa de construção e se torna um homem muito bem sucedido. Mas quem pensa que tudo termina aí está enganado. Sam em um impulso religioso passa a entender que tudo o que recebeu foi graça de Deus e que teria que retribuir de alguma maneira, ajudando ao próximo como foi ajudado. Assim decide ir até a África para ajudar na construção de escolas e orfanatos para crianças vitimas da guerra civil. O problema é que para levar adiante sua causa humanitária ele tem que lidar com rebeldes armados até os dentes. Então ele forma sua própria milícia de combatentes para seguir em frente em sua missão. “Redenção” vale muito a pena pois mostra uma pessoa que resolveu colocar os ensinamentos de solidariedade cristã na prática. Foi para o lugar mais miserável do mundo para ajudar o próximo e pagou o preço por sua ousadia. Obviamente há cenas de ação mas elas não são em absoluto o foco do filme. A mensagem é muito mais interessante, mostrando que não importa o tamanho do problema, se cada um fizesse sua pequena parte o mundo certamente seria um lugar melhor para se viver. Sem dúvida temos aqui uma bela lição de vida.

Redenção (Machine Gun Preacher, Estados Unidos, 2011) Direção: Marc Forster / Roteiro: Jason Keller / Elenco: Gerard Butler, Michelle Monaghan, Kathy Baker / Sinopse: Após se converter um ex-presidiário resolve ir até a África para ajudar crianças órfãs da guerra civil que assola a região. Para levar em frente sua missão de construir escolas e igrejas ele tem que enfrentar rebeldes armados que não aceitam sua presença no local. Filme baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

A Identidade Bourne

Esse foi o primeiro filme da franquia Bourne. Com toques de James Bond e muita ação os filmes Bourne fizeram grande sucesso e lançaram o ator indie Matt Damon no rol dos heróis de Action Movies. Não há como negar que todos os três filmes da série são bem realizados, bem roteirizados, com ótimo enfoque na mais pura ação. Como se sabe o gênero ação vive sua fase de ouro desde a década de 80 e segue colecionando ótimas bilheterias todos os anos, sendo que se formos analisar bem praticamente todos os blockbusters de Hollwyood atualmente são de ação (até mesmo os filmes de super-heróis). Praticamente não existem exceções. Mas voltemos a Bourne. Jason Bourne (Matt Damon) acorda de repente no meio do nada, sem memória e sem saber direito quem é. Em posse de um código, que parece ser um número relativo a uma conta bancária na Suíça, ele cruza a Europa e os Estados Unidos em busca de respostas. Como todos já sabemos Bourne é um agente especial de um programa ultra-secreto do governo americano que treina apenas a elite da elite.

Matt Damon se preparou bastante para o papel, afinal esse é o tipo de filme que era uma completa novidade para ele, uma vez que construiu sua carreira em cima de filmes mais alternativos, dramas em essência. Virar um astro de filmes de ação não é para qualquer um. Conforme explicou depois em entrevistas de promoção da fita ele treinou arduamente artes marciais para se sair bem em cena. Em muitas cenas – como a luta dentro do apartamento – literalmente dispensou dublês, realizando ele próprio toda a coreografia do confronto contra seu oponente. A produção de “A Identidade Bourne” foi cara e complicada pois o filme foi filmado em diversas locações, em países diferentes. O diretor Doug Liman também nunca tinha feito nada no gênero ação, sendo seus filmes anteriores pertencentes a outros estilos. Houve um tipo de atrito inicial entre Damon e o estúdio pouco antes do começo das filmagens pois resolveu-se mudar o roteiro da noite para o dia. “Esse não foi o filme que eu topei fazer” – avisou Damon, deixando claro que abandonaria o projeto caso o roteiro fosse modificado de última hora. Depois de muitas negociações ele e o diretor Doug Liman conseguiram então impor a primeira versão do texto, que é justamente essa que o espectador conferiu nos cinemas. Assim deixamos a dica do primeiro filme Bourne – caso você seja jovem demais para conhecer que tal uma maratona nesse fim de semana com toda a trilogia? Pode ser uma boa pedida, sem dúvida.

A Identidade Bourne (The Bourne Identity, Estados Unidos, 2002) Direção: Doug Liman / Roteiro: Tony Gilroy, W. Blake Herron / Elenco: Matt Damon, Franka Potente, Chris Cooper / Sinopse: Jason Bourne (Matt Damon) é um super agente da CIA que acorda sem memória. Agora terá que correr contra o tempo para entender a complexa rede de interesses no qual está supostamente envolvido.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de dezembro de 2023

Busca Frenética

Título no Brasil: Busca Frenética
Título Original: Frantic
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Warner Bros
Direção: Roman Polanski
Roteiro: Roman Polanski, Gérard Brach
Elenco: Harrison Ford, Betty Buckley, Emmanuelle Seigner
  
Sinopse:
O Dr. Richard Walker (Harrison Ford) é um renomado médico americano em Paris que descobre alarmado pela manhã que sua esposa simplesmente desapareceu do hotel onde ambos estão hospedados. Desesperado, Walker ganha as ruas da grande cidade francesa em busca do paradeiro de sua esposa e acaba descobrindo um enorme complô envolvendo intrigas, espionagem, criminosos, drogas e assassinato.

Comentários:
A única parceria entre o diretor Roman Polanski e Harrison Ford. Na verdade a intenção de realizar um filme bem comercial já se mostra bem clara na escolha de Polanski por Ford (naquela altura de sua carreira um dos grandes campeões de bilheteria do cinema americano). Como se sabe Polanski não pode cruzar as fronteiras dos Estados Unidos pois será preso imediatamente, fruto de uma antiga acusação de pedofilia envolvendo seu nome (ele teria tido relações indevidas com uma menor de idade numa festa na mansão de Jack Nicholson). Assim ele só pode rodar seus filmes na Europa. "Frantic" foi rodado nas ruas de Paris, capturando toda a beleza da cidade, resultando em uma bela fotografia. Pena que tirando isso e a beleza da atriz Emmanuelle Seigner (mais uma das musas jovens de Polanski, considerada na época de lançamento do filme "uma nova Brigitte Bardot, que no final das contas não deu em nada) o que resta do filme é um roteiro sem muitas novidades, uma tentativa de realizar um filme americano, com sabor Made in USA, só que rodado na Europa. Sempre considerei o resultado morno demais para ser levado à sério. Na realidade o mais comercial filme de Roman Polanski é também o mais decepcionante em termos cinematográficos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Coragem Sob Fogo

Título no Brasil: Coragem Sob Fogo
Título Original: Courage Under Fire
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox 2000 Pictures
Direção: Edward Zwick
Roteiro: Patrick Sheane Duncan 
Elenco: Denzel Washington, Meg Ryan, Lou Diamond Phillips
  
Sinopse:
O tenente-coronel Nathaniel Serling (Denzel Washington) é designado para investigar o passado da tenente Karen Emma Walden (Meg Ryan), morta durante a operação Tempestade do Deserto, quando os Estados Unidos invadiram o Iraque nos anos 1990. A Casa Branca quer honrar sua memória lhe dando postumamente a Medalha de Honra, a mais alta condecoração militar do país. O momento se mostra ótimo para isso pois ela seria a primeira mulher a ser honrada com a medalha, o problema é que Serling acaba descobrindo que ela não era exatamente a heroína que todos procuravam. Filme indicado ao Chicago Film Critics Association Awards na categoria de Melhor Ator (Denzel Washington).

Comentários:
Achei bem morno para falar a verdade. De fato o filme prometia, havia uma boa trama envolvida (que aproveitava o momento histórico da intervenção americana no Oriente Médio), um diretor competente (Edward Zwick, quase sempre impecável) e uma dupla de protagonistas muito boa formada por Denzel Washington e Meg Ryan. Ele vinha de dois filmes que não tinham feito muito sucesso de bilheteria, "Assassino Virtual" e "O Diabo Veste Azul", ambos colocando em dúvida sua capacidade de se transformar em um astro do primeiro time de Hollywood. Ela também queria mudar um pouco o rumo de sua carreira após virar a nova "namoradinha da América" ao estrelar uma sequência de filmes do gênero comédia romântica. Assim tínhamos uma equipe muito boa de profissionais competentes do ramo, o problema é que infelizmente, mesmo com todos os ingredientes presentes algo acabou saindo errado, fazendo com que a fórmula não fosse muito bem sucedida. Foi o que aconteceu aqui. O filme não decola e fica girando em círculos. Mesmo com os atores empenhados em fazer tudo dar certo. Há farto uso de flashbacks e eles acabam cansando um pouco. É aquele tipo de filme que você assiste uma vez na vida e depois ou perde o interesse em revê-lo ou simplesmente o esquece completamente. Definitivamente não cumpriu tudo aquilo que havia prometido.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Bem-Vindo à Selva

O "The Rock" (não o chame assim, porque ele desistiu desse "nome", dessa alcunha) segue firme na carreira. Seus filmes não são necessariamente grandes sucessos de bilheteria como acontecia com os brutamontes de ação dos anos 80, mas ele inegavelmente consegue se firmar na indústria de cinema, ano após ano. Dwayne Johnson é considerado um nome confiável pelos principais estúdios de Hollywood. Nesse "Bem-Vindo à Selva" ele segue basicamente a fórmula de praticamente todos os seus filmes. Os roteiros misturam cenas de ação bem elaboradas com bastante humor. Não são filmes para se levar muito à sério. É pura pipoca em forma de cinema, feito para a pura diversão realmente. Nada pretensioso, seus filmes não querem almejar reconhecimento da crítica. Apenas divertir.

Essa produção com história que se passa na selva Amazônica conta com cenas bem engraçadas como a queda exagerada, barranco abaixo, com um jipe caindo por cima dele e o furioso ataque de um macaco selvagem, de uma espécie aliás que só existe na África e não na selva Amazônica. Tudo bem, ninguém espera por algo a mais do que apenas diversão, então está valendo esse tipo de erro. O elenco coadjuvante traz a presença de Christopher Walken. Esse não precisa fazer esforço para ser engraçado. O próprio jeito de ser dele, natural, já garante o riso. Então é isso, um filme com The Rock que seus fãs não vão reclamar, em absoluto.

Bem-Vindo à Selva (The Rundown, Estados Unidos, 2003) Direção: Peter Berg / Roteiro: R.J. Stewart, James Vanderbilt / Elenco: Dwayne Johnson, Seann William Scott, Christopher Walken / Sinopse: Um grupo de americanos decide entrar nas profundezas da floresta Amazônica em busca de um suposto tesouro e acabam encontrando muitas aventuras selva adentro.

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de dezembro de 2023

Carga Explosiva 2

Título no Brasil: Carga Explosiva 2
Título Original: Transporter 2
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos, França
Estúdio: EuropaCorp, TF1 Films Production
Direção: Louis Leterrier
Roteiro: Luc Besson, Robert Mark Kamen
Elenco: Jason Statham, Amber Valletta, Kate Nauta

Sinopse:
Frank Martin (Jason Statham) é um profissional do submundo do crime. Extremamente eficiente ele se especializou em levar encomendas para seu destino - sejam elas meras cargas ou pessoas reais! Agora ele está nos Estados Unidos onde trabalha para uma família poderosa. Trabalhando como motorista ele se afeiçoa ao garoto Jack (Hunter Clary) de apenas seis anos. Após esse ser sequestrado por bandidos que desejam um resgate, Frank decide resolver ele mesmo o problema. Uma péssima notícia para os criminosos.

Comentários:
Se o primeiro filme deu um lucro generoso é mais do que previsível que haveria uma continuação. Essa franquia "Transporter" inclusive é extremamente lucrativa. Os filmes não chegam a custar nem 25 milhões de dólares e conseguem um retorno certo, principalmente no mercado europeu (incluindo os países do leste, antigas repúblicas socialistas) e América Latina (Brasil incluído). E qual é a fórmula desse sucesso certeiro? Muito simples, ação ao estilo anos 80, personagens durões, roteiros e tramas mais singelas e simples e sequências extremamente bem realizadas do ponto de vista técnico. A intenção é não deixar a bola cair em nenhum momento, assim que termina uma cena com muita adrenalina, inicia-se outra. Jason Statham segue seu caminho de verdadeiro herdeiro dos action movies da década de 1980. Suas produções poderiam ser estreladas muito bem por Stallone ou Schwarzenegger caso eles fossem trinta anos mais jovens. Como sempre existirá público para esse tipo de fita (e não há nada de errado nisso), sempre teremos bons filmes de ação como os da série "Carga Explosiva". Então abra a latinha de cerveja, relaxe no sofá e divirta-se!

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Triplo X

Título no Brasil: Triplo X
Título Original: xXx
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar
Direção: Rob Cohen
Roteiro: Rich Wilkes
Elenco: Vin Diesel, Asia Argento, Marton Csokas

Sinopse:
Xander Cage (Vin Diesel) é um cara durão e sem medo que é procurado pelo governo americano para realizar uma missão secreta. Ele não poderá revelar sua identidade e em hipótese alguma revelar tudo o que lhe será revelado. Em jogo está a segurança mundial. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Ação / Aventura e Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Pegue o estilo truculento dos filmes de ação estrelados por Vin Diesel, adicione um pouco de espionagem ao estilo James Bond e contrate um diretor especializado, que já dirigiu sucessos como "Velozes e Furiosos" no cinema e "Miami Vice" na TV. Pronto, está completa a receita de sucesso de mais um blockbuster de ação. No caso temos aqui a primeira tentativa de transformar Vin Diesel em um astro de ação ao velho estilo. Seguindo uma fórmula que já havia dado certo com Bruce Willis no passado, o filme se concentra na mais pura ação, não deixando o espectador respirar ou pensar nos furos do roteiro. Eu sempre vi filmes como esses como meras desculpas para que o cinema americano demonstre toda a sua capacidade de realizar as mais absurdas e complicadas cenas de ação - como a que Diesel pula de dentro de um carro que por sua vez está despencando das alturas. Do ponto de vista técnico tudo é realmente muito bem realizado, embora o roteiro deixe a desejar em certos aspectos - o que convenhamos é esperado em filmes como esse.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de dezembro de 2023

Robocop

"Meio Homem. Meio Máquina. Um Tira Total". Esse era o lema do filme Robocop que causou impacto no cinema quando foi lançado em 1987. A produção já previa o dia em que todos os serviços públicos seriam privatizados, inclusive a segurança e a justiça. De fato muitas coisas mostradas no filme terminaram acontecendo! Quer mais exemplos? Olhe ao seu lado, estamos vivendo em uma época em que temos que pagar para ter segurança, tal como previsto no roteiro do filme e muitas empresas públicas passaram para as mãos da iniciativa privada, inclusive no Brasil. Claro que não chegamos aos extremos apresentados no filme mas com o andar da carruagem não duvido de nada em um futuro próximo. O fato é que o chamado Estado Nacional está falido até mesmo nas grandes potências. Nesse vácuo quem toma o controle são as grandes corporações como as mostradas no filme. Nesse mundo corporativo os interesses dos grandes grupos e empresas se tornam mais importantes que o interesse público, da população em geral. Alguma diferença com o que vivemos hoje em dia? Acredito que não.

Robocop é muito bom. Seu argumento inteligente se mantém mais atual do que nunca. O diretor Paul Verhoeven estava no auge da criatividade e desenvolveu um argumento muito bem bolado, um policial perfeito, misto de máquina e homem que simplesmente não poderia cometer erros já que estava programado para agir de acordo com as leis e regulamentos da corporação. O problema central do roteiro surge quando o lado humano começa a tentar se sobrepor ao lado máquina. Essa luta interna do policial x robô é o grande achado do filme. Uma pena que um filme tão bom quanto esse tenha dado origem a uma série de continuações fracas, bobas e que desperdiçaram todo o potencial envolvido no enredo. Está para ser lançado em breve mais um remake. As primeiras imagens inclusive já vazaram na Internet. Será que terá êxito? A questão é que Robocop era futurista na década de 80 mas agora soa como realidade. O futuro chegou!

Robocop - O Policial do Futuro (Robocop, Estados Unidos, 1987) Direção: Paul Verhoeven / Roteiro: Edward Neumeier, Michael Miner / Elenco: Peter Weller, Nancy Allen, Ronny Cox, Kurtwood Smith, Miguel Ferrer / Sinopse: Policial é ferido em serviço e declarado morto. Em segredo porém uma grande corporação acaba criando um andróide policial, meio homem, meio máquina com o objetivo de combater a criminalidade das ruas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Battleship - A Batalha dos Mares

Título no Brasil: Battleship - A Batalha dos Mares
Título Original: Battleship
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Peter Berg
Roteiro: Jon Hoeber, Erich Hoeber
Elenco: Taylor Kitsch, Alexander Skarsgård, Brooklyn Decker, Liam Neeson

Sinopse:
Baseado no clássico jogo de combate naval, Battleship traz a estória de uma frota internacional de navios que se deparam com uma armada alienígena, enquanto participa de exercícios e jogos de guerra naval. Uma intensa batalha é travada em terra, mar e ar. O que os aliens afinal querem em nosso planeta? Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Esse filme prova algumas coisinhas. A primeira é que não adianta ter apenas efeitos especiais de última geração para se criar um bom filme. A segunda é que sem um roteiro realmente bom tudo afunda, literalmente. E a terceira (e talvez a mais importante) é que não se cria grandes astros por decreto, da noite para o dia. Que o diga o ator Taylor Kitsch (da série "Friday Night Lights") cujos esforços em se tornar uma verdadeira estrela de cinema foram para o fundo do oceano junto com os navios digitais que surgem em cena. Na realidade o grande problema de "Battleship: A Batalha dos Mares" é que os produtores pensaram e acreditaram piamente que a parte técnica do filme o salvaria do fracasso. Realmente em termos de efeitos especiais não há o que reclamar. O problema é que assim como aconteceu na franquia "Transformers" não há nada muito além disso. A garotada pode até achar a sinopse e a proposta do filme bem divertidas, e quem sabe a fita possa servir de diversão ligeira para uma tarde entediada. Fora isso, olhando sob um prisma mais crítico, não há como deixar de entender tudo como uma grande bobagem mesmo, uma espécie de "Transformers em alto mar" que definitivamente não deu certo. Melhor rever os filmes de guerra clássicos da Segunda Guerra.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Top Gun: Ases Indomáveis

Assisti no cinema. Pois é, na década de 1980 eu já era um cinéfilo, que ia toda semana para o cinema. Eu me lembro inclusive que na semana que esse filme chegou nas telas, outro filme do Chuck Norris chamado "Código do Silêncio" também estreou para bater de frente com Top Gun. Claro que não teve a menor chance. Outra coisa interessante é que eu não sabia direito quem era o Tom Cruise quando vi o filme pela primeira vez. Eu o conhecia, mas superficialmente mesmo. Ele não era um Big Star. Foi justamente esse filme que fez a transformação dele de jovem ator em potencial para grande astro do cinema americano. Depois do grande sucesso de bilheteria ele se tornou um dos dez mais mais bem pagos de Hollywood (posição aliás que nunca mais deixou na carreira, sempre frequentando esse ranking).

E verdade seja dita, "Top Gun: Ases Indomáveis" é um belo de um filme. Resistiu bem à passagem do tempo e até hoje pode ser assistido sem problemas. O roteiro é bem legal, cinema pop por excelência e tem boas cenas de combate aéreo. Inclusive esse foi um fato curioso porque o filme foi produzido em um tempo em que os Estados Unidos estava em paz, sem nenhum conflito internacional. A Guerra do Vietnã havia acabado e tudo mais. Então inventaram um "incidente internacional" com a URSS, para criar um certo clima. Forçado, claro, mas ainda assim funcional para o filme. Enfim, "Top Gun" é seguramente Top 10 dos anos 80.

Top Gun: Ases Indomáveis (Top Gun, Estados Unidos, 1986) Direção:Tony Scott / Roteiro: Jack Epps Jr, Ehud Yonay / Elenco: Tom Cruise, Kelly McGillis, Val Kilmer, Meg Ryan, Tim Robbins / Sinopse: O filme conta a história de Maverick (Cruise), um arrojado e ousado piloto de caça da USAF. E agora, além de enfrentar problemas disciplinares com seus superiores, ele terá que também enfrentar seu primeiro grande desafio pilotando um avião de guerra F-15.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de novembro de 2023

Mad Max 3 - Além da Cúpula do Trovão

Título no Brasil: Mad Max - Além da Cúpula do Trovão
Título Original: Mad Max Beyond Thunderdome
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Warner Bros
Direção: George Miller, George Ogilvie
Roteiro: Terry Hayes, George Miller
Elenco: Mel Gibson, Tina Turner, Bruce Spence

Sinopse:
Terceiro e último filme da franquia original Mad Max. Agora o ex-patrulheiro Mad Max Rockatansky (Mel Gibson) precisa enfrentar novos desafios em um mundo  pós-apocalíptico, em especial crianças que vivem numa tribo selvagem no meio do deserto e uma monarca sanguinária e cruel com os seus inimigos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Canção Original ("We Don't Need Another Hero" por Tina Turner). Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Filme de Ficção, Direção, Roteiro e Figurino.

Comentários:
Esse foi o mais caro e dispendioso "Mad Max". Ok, a franquia é mundialmente aclamada desde os anos 80, mas vamos ser bem sinceros, os dois primeiros filmes são bem precários em termos de produção e orçamento. O primeiro Mad Max é quase um filme amador rodado pelas estradas mais desertas da Austrália. Realizado com um orçamento mínimo só virou um cult por causa da força do mercado de vídeo que nascia naquele momento nos Estados Unidos. O segundo sem dúvida era muito melhor, mais bem produzido, porém em nada comparável com essa super produção. Agora o curioso é que "Mad Max Beyond Thunderdome" foi criticado justamente por causa dos exageros de sua produção. Se antes faltava dinheiro, agora a sensação foi que exageraram na dose. Tudo é over, os figurinos, os cenários, a direção de arte. A cantora Tina Turner, um dos destaques do elenco, usa e abusa de uma peruca que parece ter sido roubada do armário de alguma drag queen. Mel Gibson também está mais maluco do que o habitual. Mesmo com o clima assumidamente kitsch, o filme ainda diverte bastante, principalmente se você for um fã nostálgico dos anos 80. Poucos filmes são tão a cara daquela década como esse aqui (só faltou o Michael Jackson e o Bruce Springsteen na trilha para o quadro ficar completo). Ligue a vitrola e se divirta o máximo que puder.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Fuga de Nova York

Título no Brasil: Fuga de Nova York
Título Original: Escape from New York
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar
Direção: John Carpenter
Roteiro: John Carpenter, Nick Castle
Elenco: Kurt Russell, Lee Van Cleef, Ernest Borgnine

Sinopse:
No futuro, o crime está fora de controle e Nova York é uma prisão de segurança máxima. Não há mais lei e nem ordem. E é justamente nesse local sem limites onde apenas o forte sobrevive que cai o avião do presidente dos Estados Unidos. Para resgatar o líder máximo da nação é enviado o condenado e veterano de guerra Snake Plissken (Kurt Russell). Indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Filme de Ficção, Melhor Diretor, Figurino e Maquiagem.

Comentários:
Esse é um pequeno clássico de ação e ficção muitas vezes reprisado na televisão aberta brasileira. Também é considerado um dos mais representativos filmes da carreira do diretor John Carpenter. Sempre considerei esse cineasta muito subestimado em todos os sentidos. Carpenter conseguia realizar bons filmes com praticamente nada. Os orçamentos eram restritos e os estúdios nem sempre acreditavam em suas ideias pouco convencionais. Aqui ele escreveu um roteiro sem limites à imaginação. O mundo é no futuro um lugar sujo e sem regras e até os supostos heróis de suas tramas são sujeitos casca grossa e no limite entre o certo e o errado. Que o diga o personagem Snake Plissken (Kurt Russell) ou, como ficou conhecido no Brasil, Cobra Plissken! Assim o que temos aqui é uma fita muito bem realizada, com muita adrenalina e ideias criativas e bem originais. Russell com tapa olho entrou definitivamente na cultura pop e até hoje é lembrado. O elenco de apoio também é dos melhores, com vários veteranos das telas. Alguns anos depois teve uma continuação chamada "Fuga de Los Angeles" que apesar dos bons efeitos digitais era muito inferior a esse. Em suma, pancadaria com estilo e sabor de nostalgia. Vale a pena rever.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de novembro de 2023

Sicario: Terra de Ninguém

A fronteira entre Estados Unidos e México é seguramente um dos lugares mais violentos do mundo. É justamente essa rota que os cartéis mexicanos de drogas usam para transportar sua produção para o maior mercado consumidor de entorpecentes do mundo. Pois é, os mexicanos produzem e transportam as drogas, enquanto os americanos as consomem. Regra básica do capitalismo. Enquanto houve consumidor de um produto, haverá um produtor. Nesse campo de batalha trabalha a agente do FBI Kate Macer (Emily Blunt). Após sua equipe estourar uma casa do cartel, onde encontram corpos literalmente enterrados em suas paredes, ela aceita o convite para entrar em uma nova missão.

Esse novo grupo é comandado pelo agente da CIA Matt Graver (Josh Brolin). Ele é um sujeito experiente que sabe com quem está lidando. Por isso seu grupo é bem heterogêneo, contando inclusive com um ex-traficante barra pesada conhecido apenas como Alejandro (Benicio Del Toro). Os traficantes do cartel da fronteira mataram sua família no passado e agora ele está disposto a fazer qualquer coisa por vingança. Esses três personagens formam o trio central desse filme policial dirigido por Denis Villeneuve, novo cineasta que tem chamado bastante a atenção, principalmente por causa de seu último filme, a ficção "A Chegada", um dos melhores do ano passado.

Dizem que todo filme desse estilo precisa ter pelo menos três boas cenas. Requisito cumprido por Sicario. A primeira sequência, quando a equipe de Blunt chega na casa utilizada pelos traficantes é muito boa, com suspense e ação nas doses certas. Outra boa cena vem quando eles entram no México para levar até os Estados Unidos um parente do principal chefão mexicano. Andar naquelas ruas sendo cercados por criminosos é pura adrenalina, por si só. Por fim o filme fecha tudo com uma ótima cena final quando Del Toro finalmente tem a chance de concretizar sua vingança pessoal.

Hoje em dia fala-se muito no fracasso da guerra contra o tráfico. Que tudo deveria ser liberado para que não houvesse mais esse tipo de violência, como a que vemos no filme. Embora essa nova forma de pensar tenha alguns bons argumentos em seu favor, sou completamente contra esse tipo de pensamento. Basta ver como vivem e quais são os limites (ou a falta deles) dos que controlam esse tipo de atividade. Fora o fato de que se tudo fosse liberado a sociedade iria ter que arcar com os custos de ter que lidar com uma geração de zumbis, os próprios viciados. Lembre-se da Cracolândia. Assim embora seja algo nocivo, violento, que gera muitas mortes, a repressão ainda se faz necessária. "Sicario" mostra acima de tudo que nessa guerra nem sempre os lados estão bem delimitados. A guerra contra as drogas porém, ao contrário do que muitos dizem, pode sim ainda ser vencida.

Sicario: Terra de Ninguém (Sicario, Estados Unidos, 2015) Direção: Denis Villeneuve / Roteiro: Taylor Sheridan / Elenco: Emily Blunt, Josh Brolin, Benicio Del Toro / Sinopse: O filme acompanha um grupo de agentes do FBI e da CIA atuando na fronteira entre Estados Unidos e México. A missão deles é colocar atrás das grades o grande chefão do tráfico de drogas na região. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Roger Deakins), Melhor Música Original (Jóhann Jóhannsson) e Melhor Edição de Som (Alan Robert Murray).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Batman - O Retorno

Título no Brasil: Batman - O Retorno
Título Original: Batman Returns
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tim Burton
Roteiro: Daniel Waters
Elenco: Michael Keaton, Danny DeVito, Michelle Pfeiffer, Christopher Walken.

Sinopse: 
Batman (Michael Keaton) terá agora que enfrentar dois novos vilões em Gotham City. O primeiro é um sujeito com deformações físicas e mentais chamado Oswald Cobblepot (Danny DeVito) que usando de suas ligações com o submundo se torna um empresário rico e poderoso. Conhecido como Pinguim ele busca vingança contra todos aqueles que o prejudicaram no passado. Já a atrapalhada secretária Selina Kyle (Michelle Pfeiffer) acaba assumindo a identidade criminosa da Mulher-Gato após sofrer um sério acidente. Especialista em roubos de jóias valiosas ela se tornará mais um problema na vida do Homem-Morcego.

Comentários:
Depois do simpático "Frankie e Johnny" a atriz Michelle Pfeiffer foi escolhida pelo diretor Tim Burton para estrelar essa sequência do fenomenal sucesso "Batman". O curioso é que Burton diria anos depois que esse era de fato o primeiro filme dele na franquia. Explicou que as pressões na primeira produção eram tão grandes que muitas das decisões não tinham sido tomadas por ele e sim por executivos da Warner. Assim "Batman - O Retorno" era de fato o primeiro filme em que ele teve realmente controle completo sobre o resultado final. Como sempre acontece em filmes de Batman o destaque aqui vai mais uma vez para a galeria de vilões. Danny DeVito, por exemplo, se revelou perfeito para o papel de Oswald Cobblepot, mais conhecido como Pinguim. Mesmo assim nada consegue chegar perto da atuação de Michelle Pfeiffer como Catwoman. Aliás sua performance foi tão marcante que muitos só lembram desse filme justamente por causa da imagem ícone de Pfeiffer em sua roupa negra colante. Esse foi o personagem que mais marcou na carreira da atriz, tanto que ela teria dificuldade de se livrar dessa imagem anos depois. De uma forma ou outra "Batman - O Retorno" é um ótimo entretenimento e na minha opinião é também o melhor filme da franquia original. Infelizmente Burton sairia da série logo depois e a qualidade dos filmes do Batman só iriam decair nos anos seguintes.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de novembro de 2023

Zona de Perigo

Título no Brasil: Zona de Perigo
Título Original: Striking Distance
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Rowdy Herrington
Roteiro: Rowdy Herrington, Marty Kaplan
Elenco: Bruce Willis, Sarah Jessica Parker, Dennis Farina

Sinopse: 
O detetive Tom Hardy (Bruce Willis) vem de uma longa linhagem de policiais em Pittsburgh. Tendo que decidir entre sua ética pessoal e a fidelidade com membros de seu clã familiar ele acaba escolhendo o caminho mais correto e resolve depor na justiça contra seu próprio primo, um policial acusado de brutalidade em serviço. Seu ato nobre porém se torna mal visto entre seus colegas policiais e ele acaba sendo ainda mais hostilizado em seu meio depois de criar a convicção de que um serial killer que está agindo na região é na verdade um tira que resolveu liberar seus instintos assassinos. Estará certo ou isso seria apenas uma forma de revanchismo contra seus colegas de farda?

Comentários:
Depois do sucesso de "Duro de Matar" a carreira de Bruce Willis foi redirecionada mesmo para os filmes com muita ação e pancadaria. Esse "Zona de Perigo" é quase um genérico do maior sucesso de Willis no cinema. O enredo é até melhor desenvolvido, há uma trama envolvendo um serial killer mas no fundo tudo não passa de mera desculpa para as cenas de ação. Há realmente poucas novidades a não ser as locações diferentes (sai de cena Los Angeles e entra Pittsburgh, Pennsylvania) e algumas cenas de perseguição com lanchas que fogem um pouco do lugar comum dos action movies da época. Em termos de roteiro ainda percebemos uma preocupação maior em dar uma profundidade mais humana ao personagem de Willis, sem apostar somente no conceito de super-herói de ação, mas nada também muito complexo. Lançado há 20 anos o filme não foi um grande sucesso nos cinemas mas fez bonito no mercado de vídeo onde encontrou seu público ideal. Afinal de contas a fita não passa de um entretenimento ligeiro realmente, ótimo para ser locado em um fim de semana preguiçoso. Por fim um lembrete interessante para as fãs de "Sex and the City", a atriz Sarah Jessica Parker está no elenco, aliás de maneira nada sofisticada ou elegante. Provavelmente ela queira mesmo é esquecer sua participação aqui.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

RoboCop (2014)

O primeiro RoboCop é uma pequena obra prima dos anos 80. Claro que as várias sequências, algumas bem ruins, saturaram de certa maneira o personagem. Isso porém nunca tirou o mérito original do primeiro filme. Agora com a escassez de ideias que assola Hollywood resolveu-se realizar um remake, zerando a franquia, recomeçando tudo de novo. O resultado é essa nova versão dirigida pelo brasileiro José Padilha. Como ele foi o diretor dos excelentes filmes nacionais da franquia "Tropa de Elite" eu pensei que haveria mais conteúdo e substância nessa repaginada. Afinal de contas até mesmo o filme original colocava em pauta assuntos interessantes como a força das corporações controlando o aparelho policial que deveria ficar nas mãos do Estado. Certamente haveria bom material para levar adiante.

Padilha porém não se aprofundou muito nesse aspecto. De certa maneira ele se rendeu ao sistema mais formulaico que os grandes estúdios impõe em filmes como esse. Não houve o menor espaço para Padilha ser minimamente autoral. Ele parece o tempo todo mais preocupado em ser aceito dentro da indústria americana de cinema do que desenvolver algo que venha a ser marcante. O discurso político foi devidamente varrido para debaixo do tapete, ou melhor dizendo, amenizado ao máximo. O que sobrou foi um filme de ação e violência até competente, mas que poderia ser muito mais do que realmente é. Afinal de contas qual seria a necessidade de refilmar algo que já foi tão bom sem acrescentar nada em troca? Deixando tudo isso de lado vale a pena ao menos elogiar a competência técnica que o filme apresenta e a boa atuação de Joel Kinnaman no papel principal. Um ator já bem conhecido dos fãs da série "The Killing" ele certamente surpreendeu positivamente no papel do policial Alex Murphy.

RoboCop (Estados Unidos, 2014) Direção: José Padilha / Roteiro: Joshua Zetumer, Edward Neumeier / Elenco: Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton / Sinopse: Remake do clássico RoboCop de 1987. A história segue basicamente a mesma. Policial é ferido e acaba se tornando o protótipo de um novo programa que busca criar um novo tipo de homem da lei, unindo a racionalidade e a precisão de uma máquina com a consciência de um ser humano. Nasce assim RoboCop, meio homem, meio máquina, um tira total.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Comando Para Matar

Se algum dia seu filho lhe perguntar como era o cinema de ação da década de 80 eu sugiro que você passe para o garoto esse "Commando". Pegando carona nos sucessos de Stallone o austríaco Arnold Schwarzenegger estrelou em 1985 o filme brucutu da década! Enquanto Stallone ainda se preocupava em armar toda uma situação dramática para desenvolver minimamente seus personagens, os filmes de Scharzennegger não perdiam tempo com esses detalhes. Se Rambo chorava pela perda do Vietnã, o Coronel John de "Commando" simplesmente usava um facão e uma bazuca para colocar ordem no mundo. Nada de sutilezas, filmes testosterona por excelência, porrada pela porrada e nada mais, sem discursos, sem papo furado, só pancadaria sem limites (e coloca sem limites nisso já que o filme de tão exagerado acabou ficando engraçado com os anos pois Arnold Schwarzenegger com apenas uma arma vence praticamente um exército inimigo inteiro no muque! Coisa de louco!). Os filmes de ação dos anos 80 eram assim mesmo, ao estilo "quebra ossos"! Tudo o que se precisava era de uma razão qualquer para se começar a matança desenfreada. 

Nesse "Comando Para Matar" o halterofilista Schwarzenegger mata centenas e centenas de inimigos sem muito esforço (geralmente os mesmos figurantes que morriam e apareciam na cena seguinte para também levar sua cota de balas e cair morto mais uma vez!). Nem preciso dizer que o filme foi mais um grande sucesso na carreira do ator. Para se ter uma ideia "Commando" custou menos de 10 milhões de dólares e rendeu quase sete vezes mais mundo afora! Nada mal. O filme acabou gerando (junto com Rambo) outros pequenos filmes de ação de roteiros semelhantes ao estilo "exército de um homem só". Em sua esteira vieram coisas como "Braddock" (com o baixinho indestrutível e marrento Chuck Norris) e centenas de cópias baratas que enchiam as locadoras (era a época do estouro do VHS no mercado brasileiro e mundial). Hoje em dia muitos atribuem essa overdose de violência no cinema ao momento político em que vivia os EUA. Com um governo ultra direita e republicano no poder (a chamada era Ronald Reagan) não parecia haver qualquer limite para a beligerância norte-americana. Eu acho essa visão um pouco exagerada, no fundo talvez tudo não passe apenas de um nicho de público que os estúdios descobriram na época. Os espectadores pareciam se divertir como nunca ao presenciarem o brutamontes austríaco mandando alguns inescrupulosos para o inferno! Mais anos 80 do que isso impossível! Diversão escapista em suma. 

Comando Para Matar (Commando, Estados Unidos, 1985) Direção: Mark L. Lester / Roteiro: Jeph Loeb, Matthew Weisman / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Rae Dawn Chong, Dan Hedaya, Vernon Wells. / Sinopse: Jenny Matrix (Alyssa Milano) é sequestrada por um grupo paramilitar. Um ex-ditador latino-americano tenta usar a garota como meio de troca para que seu pai, o Coronel John Matrix (Arnold Schwarzenegger) mate um rival político que atualmente está no poder em seu país. Como descobrirá depois essa definitivamente não foi uma boa idéia.  

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Rambo II - A Missão

Após os acontecimentos do primeiro filme John Rambo (Sylvester Stallone) é enviado em uma missão secreta pelo governo norte-americano para o sudeste asiático. Seu objetivo é se infiltrar na selva para confirmar ou não a existência de campos de prisioneiros americanos da guerra do Vietnã. Tudo que deveria fazer era fotografar os campos caso existentes e retornar para os EUA. Porém Rambo tem outros planos para seus antigos companheiros de guerra, agora prisioneiros em condições deploráveis. "Rambo II - A Missão" é até hoje considerado um dos melhores filmes da franquia. Não há a carga dramática do primeiro filme, aqui o foco é realmente na ação pura e simples. Rambo surge finalmente com as características que iriam lhe definir nos filmes seguintes, ou seja, um super soldado, treinado nas melhores técnicas e que de posse de material de alta tecnologia era capaz de enfrentar sozinho todo um exército. Quando lançado o filme fez tanto sucesso de bilheteria que no Brasil ocorreu um fenômeno raro, a produtora a pedido dos exibidores, promoveu um relançamento do primeiro filme nos cinemas, um fato único ocorrido naquela época. 

Além do relançamento do filme original o sucesso de Rambo II consolidou o personagem como herói multimídia no mercado. Rambo virou coleção de brinquedos, desenho animado e marca para licenciamento de produtos como lancheiras, cadernos e tudo o mais que se possa imaginar. Nascido como personagem de literatura Rambo virou ícone da cultura pop moderna. Muito disso se deve a visão dos produtores Mario Kassar e Andrew G Vajna que sabiam que poderiam transformar Rambo em um produto de sucesso no mercado. Outro aspecto curioso de Rambo II é que ele virou tema de uma boba patrulha ideológica em seu lançamento. O personagem Rambo logo foi associado ao setor mais reacionário da política externa americana, sendo ligado ideologicamente ao estilo linha dura do presidente americano Ronald Reagan (que chegou a declarar publicamente que Rambo era um de seus personagens preferidos). Pura bobagem. "Rambo II - A Missão" é apenas um competente filme de ação dirigido com maestria pelo especialista George P. Cosmatos (falecido em 2005). Qualquer leitura política ou social de Rambo é mera bobagem. O que vale em si é a aventura e o entretenimento aqui, coisa que o filme cumpre muito bem, diga-se de passagem.  

Rambo II - A Missão (Rambo: First Blood Part II, Estados Unidos, 1985) Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: Sylvester Stallone, Kevin Jane e James Cameron baseados no personagem criado por David Morrell / Elenco: Sylvester Stallone, Richard Grenna, Charles Napier, Steven Berkof / Sinopse: Após os acontecimentos do primeiro filme John Rambo (Sylvester Stallone) é enviado em uma missão secreta pelo governo norte-americano para o sudeste asiático. Seu objetivo é se infiltrar na selva para confirmar ou não a existência de campos de prisioneiros americanos da guerra do Vietnã. Tudo que deveria fazer era fotografar os campos caso existentes e retornar para os EUA. Porém Rambo tem outros planos para seus antigos companheiros de guerra, agora prisioneiros em condições deploráveis.  

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de outubro de 2023

Nico - Acima da Lei

Título no Brasil: Nico - Acima da Lei
Título Original: Above the Law
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Andrew Davis
Roteiro: Andrew Davis, Steven Seagal
Elenco: Steven Seagal, Pam Grier, Henry Silva

Sinopse: 
Nico Toscani (Steven Seagal) é um mestre em artes marciais que é recrutado pela CIA para ser enviado em missões especiais. Quinze anos depois se torna policial em Chicago no departamento de narcóticos. Com métodos nada sutis ele enfrenta o crime organizado da cidade com seu jeito bem particular de lidar com criminosos.

Comentários:
Primeiro filme da carreira de Steven Seagal. Curiosamente já em seu primeiro filme ele já surge como a estrela da fita. Na realidade Seagal já era bem conhecido no meio das artes marciais do circuito americano então foi apenas uma questão de oportunidade para que a Warner criasse um novo herói de ação nos cinemas. Afinal aqueles eram os anos 80 onde os filmes de ação batiam recordes e mais recordes de bilheteria. O mercado pedia por novos astros no gênero e a Warner foi buscar o seu nos tatames de Los Angeles. Seagal não tinha qualquer experiência como ator e isso fica bem claro logo nas primeiras cenas mas o público da época não estava muito preocupado com esse detalhe. "Nico" que custou relativamente pouco acabou caindo nas graças do público, fazendo sucesso tanto de bilheteria como de locações de vídeo, abrindo assim as portas da indústria para os 40 filmes seguintes de Seagal no cinema.

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de outubro de 2023

Retroceder Nunca, Render-se Jamais

Título no Brasil: Retroceder Nunca, Render-se Jamais
Título Original: No Retreat, No Surrender
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos, Hong Kong
Estúdio: Seasonal Film Corporation
Direção: Corey Yuen
Roteiro: See-Yuen Ng
Elenco: Kurt McKinney, Jean-Claude Van Damme, J.W. Fails, Kathie Sileno, Kent Lipham, Peter Cunningham

Sinopse:
Jason Stillwell (Kurt McKinney) é um jovem lutador que decide vingar a morte de seu pai. Para isso porém ele precisará vencer no ringue um campeão russo de lutas marciais, o violento e imbatível Ivan Kraschinsky (Jean-Claude Van Damme).

Comentários:
A primeira vez que ouvi falar no belga Jean-Claude Van Damme foi quando esse filme pintou nas locadoras de vídeo VHS. Ele não era o ator principal do filme (isso coube ao péssimo Kurt McKinney). O que aconteceu mesmo foi que Van Damme roubou o filme dele sem dó e nem piedade. O sujeito foi para o anonimato e o belga começou a fazer sucesso. Esse primeiro filme aqui é uma típica produção de Hong Kong, é mal produzida, as atuações são capengas e amadoras, mas as lutas (hiper exageradas) caíram no gosto do povão. Eu me recordo inclusive que essa fita vivia frequentando a lista dos mais locados no Brasil. O povão curtiu a pancadaria, sem dúvida. Depois disso Jean-Claude Van Damme foi sendo escalado para outros filmes de ação e acabou virando um astro do gênero, tendo sua própria carreira e filmografia. É a tal coisa, as pessoas precisam começar de algum lugar, não é mesmo?

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

O Passageiro da Chuva

Título no Brasil: O Passageiro da Chuva
Título Original: Le Passager de la Pluie
Ano de Produção: 1970
País: França, Itália
Estúdio: Medusa Films
Direção: René Clément
Roteiro: Sébastien Japrisot
Elenco: Charles Bronson, Marlène Jobert, Jill Ireland, Gabriele Tinti, Jean Gaven, Jean Piat

Sinopse:
Mulher é violentada por um criminoso, mas consegue se defender, escapando da morte. Algum tempo depois ela passa a ser perseguida por um outro criminoso, mascarado, que passa a seguir seus passos. Para investigar o crime surge o detetive Harry Dobbs (Bronson), pronto para solucionar o caso.

Comentários:
Esse pode ser considerado o primeiro filme estrelado por Charles Bronson. Antes disso ele passou anos e anos sendo apenas um mero coadjuvante nos filmes que atuou. Considerado um filme cruel e violento demais na época de seu lançamento original, acabou abrindo caminho para uma nova fase na carreira do durão Bronson que passou a personificar um tipo básico em seus filmes, a do sujeito violento, portando armas de grande potência, que resolvia tudo na base da violência. Atirar primeiro, pensar depois. De uma forma ou outra o filme fez sucesso inclusive no Brasil, ganhando até mesmo um lançamento nacional também nos tempos do VHS. Charles Bronson sempre teve um animado fã clube em nosso país.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de outubro de 2023

Batman

Será que ainda havia espaço para os heróis em quadrinhos no cinema? Tentando responder a essa pergunta a Warner iniciou no final da década de 1980 a mais ousada e cara adaptação de um personagem de gibis até então. O escolhido foi o cavaleiro das trevas, Batman, da DC Comics. Claro que o personagem já tinha surgido nas telas antes mas aquelas estavam longe de serem produções classe A. Na verdade eram meros episódios de seriados na décadas de 50 ou então telefilmes adaptados ao cinema como o Batman super colorido da TV americana da década de 1960 com Adam West vestindo o uniforme do personagem. Todos sabiam que não seria uma adaptação fácil. 

O diretor escolhido, Tim Burton, tampouco agradou aos fãs. Ele tinha um estilo muito próprio, com direção de arte muito personalizada. Corria-se o risco de descaracterizar o famoso herói. Outro problema seria a escolha do ator para viver Batman. Os mais consagrados não queriam vestir a capa e os mais desconhecidos não tinham força suficiente nas bilheterias a ponto da Warner investir neles. 

O pior aconteceu quando o nome de Michael Keaton foi anunciado! Ele era basicamente um comediante de filmes engraçadinhos, meio careca e nada condizente com o perfil de Batman. Era uma escolha improvável e inadequada para praticamente todos os fãs. A situação melhorou um pouco logo depois quando Jack Nicholson aceitou viver o vilão Coringa. Era o que faltava ao filme, um grande ator, de enorme prestígio, para dar credibilidade à produção. Para ele seria mais do que interessante interpretar um personagem tão pop como aquele naquela altura de sua carreira! Nicholson arriscou de certa forma seu prestigio de ator dramático ao fazer um personagem de cartoon, mas para isso foi muito bem recompensado ganhando milhões em cima de uma porcentagem nas bilheterias estipulada em seu contrato. Sua atuação é muito fiel aos quadrinhos, diria até cartunesca, o que não deixa de ser conveniente para o personagem.

Como todos sabem Tim Burton sempre deixa sua assinatura impressa em seus filmes. O lado mais característico de seus filmes surge justamente na direção de arte, sempre inspirada e muito particular. A Gotham City que surge em cena é soturna, pessimista, sombria. Em certos aspectos procura de forma proposital imitar os próprios quadrinhos pois nada foi criado para o filme para aparentar realidade ou um ambiente real. Pelo contrário, a estética é obviamente inspirada na arte original da DC Comics  Quando chegou aos cinemas a bilheteria foi fenomenal, a curiosidade era imensa e Batman mostrava que tinha forças de atrair grandes multidões aos cinemas. A Warner também investiu pesado no licenciamento de produtos o que fez as lojas receberem uma enxurrada de mercadorias com a marca do personagem. Eram brinquedos, cadernos, álbuns de figurinhas, revistas, roupas, tênis e tudo mais que se possa imaginar. A receita multiplicou, mostrando a força do marketing agressivo que seria usada em produções posteriores. Visto hoje em dia o filme envelheceu um pouco e não pode ser comparado aos filmes de Christopher Nolan que são muito superiores, mesmo assim deve-se reconhecer que Batman 1989 é um marco nesse tipo de produção. Um filme que deu origem a toda essa moda de adaptações de quadrinhos que persiste até os dias de hoje.


Batman (Batman, Estados Unidos, 1989) Direção: Tim Burton / Roteiro: Sam Hamm, Tom Mankiewicz, Lorenzo Semple Jr., Warren Skaaren / Elenco: Jack Nicholson, Michael Keaton, Kim Basinger, Pat Hingle, Billy Dee Williams, Jack Palance, Robert Wuhl, Michael Gough, Lee Wallace, Tracey Walter, Wayne Michaels, Bruce McGuire / Sinopse: Após presenciar a morte de seus pais o jovem milionário Bruce Wayne (Michael Keaton) resolve combater o crime nas ruas de sua cidade, Gotham City.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Con Air - A Rota da Fuga

Título no Brasil: Con Air - A Rota da Fuga
Título Original: Con Air
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Simon West
Roteiro: Scott Rosenberg
Elenco: Nicolas Cage, John Cusack, John Malkovich, Ving Rhames, Steve Buscemi 

Sinopse:
Grupo de prisioneiros da mais alta periculosidade são transferidos para um novo presídio de segurança máxima em um vôo especial. Entre os criminosos está o serial killer Cyrus Grissom (John Malkovich). Dotado de um QI fora do normal ele pretende liderar uma rebelião em pleno vôo, para sequestrar o avião em direção a outro país, onde pretende finalmente recuperar sua liberdade. Cameron Poe (Nicolas Cage), outro prisioneiro condenado por um crime menor, deseja apenas cumprir sua sentença para ir embora dali sem maiores problemas e por isso se torna um empencilho para os planos de Cyrus, assim como o obstinado agente do FBI interpretado por John Cusack.

Comentários:
Em seu lançamento foi um grande sucesso de bilheteria esse "Con Air - A Rota da Fuga". É o típico filme da linha de produção de Jerry Bruckheimer. Trocando em miúdos, muita pirotecnia, cenas espetaculares de ação e ritmo alucinado. Eu me recordo bem que uma das sensações do filme foi o pouso espetacular da aeronave em plena rua principal de Las Vegas - onde o avião saia arrastando tudo por onde passava. Já era uma mudança nos efeitos especiais que agora eram feitos (com muita competência técnica) por computadores, nascendo os tais efeitos digitais que iriam dominar o cinema pipoca dali em diante. Outro ponto forte dessa produção é seu elenco, acima da média. Além de Nicolas Cage, com longos cabelos, ainda tínhamos John Cusack, como um agente federal que andava de sandálias havaianas e no grupo dos vilões dois ótimos atores, o psicótico John Malkovich e o estranho Steve Buscemi (sempre muito bom mas também sempre subestimado). Nos anos 90 "Con Air" foi um dos mais populares filmes de ação lançados. Hoje é uma boa oportunidade para rever a produção e matar as saudades.   

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de outubro de 2023

Indiana Jones e o Templo da Perdição

É curioso que Steven Spielberg tenha dado continuação ao seu grande sucesso de bilheteria “Caçadores da Arca Perdida”. Por essa época o cineasta não via com bons olhos seqüências de filmes de sucesso, tanto que chegou a declarar que odiava a idéia de um bom filme virar uma espécie de “franquia comercial” no cinema. Obviamente a raiva de Spielberg tinha endereço certo: as várias continuações (todas bem ruins) que o estúdio havia feito de “Tubarão”, um filme que Spielberg considerava sua obra prima, com roteiro fechado em si, sem possibilidade de se levar em frente. Claro que anos depois ele próprio mudaria de opinião e daria origem a muitas franquias com seu nome, principalmente como produtor executivo, mas por essa época o diretor ainda poderia ser considerado um purista e idealista da sétima arte (quando se tornou dono de estúdio Spielberg jogou fora tudo o que havia dito nesses anos). Pois bem, talvez por pressão do estúdio ou de seu amigo George Lucas o fato é que ele voltou para realizar a primeira seqüência de sua carreira: “Indiana Jones e o Templo da Perdição”. O arqueólogo mais famoso da história do cinema estava de volta às telas.

Assim que o filme chegou aos cinemas recebeu uma saraivada de críticas, pois os especialistas o consideraram violento demais para um público infanto-juvenil. Alguns anos atrás George Lucas reconheceu isso, de que a fita era realmente sangrenta além do que seria razoável. Atribuiu isso a problemas pessoais pelos quais passava enquanto escrevia a estória do filme. Segundo Lucas ele estava se divorciando de sua primeira esposa que estava levando quase tudo o que ele havia conquistado em anos e anos de trabalho e essa situação frustrante se refletiu em seu trabalho. Lucas escreveu cenas violentas, de cultos primitivos, onde pessoas tinham seu coração arrancado do peito, ainda batendo. “Era uma metáfora do que eu mesmo sentia” – explicou depois. Revisto hoje em dia “Indiana Jones e o Templo da Perdição” ainda se mostra uma boa película, com doses certas de ação e aventura, inclusive com cenas que se tornaram das mais lembradas da série mas em termos de comparação se torna bem inferior ao filme seguinte, “Indiana Jones e a Última Cruzada”. E de fato é bem violento, principalmente nas cenas de sacrifícios humanos, uma violência gratuita desnecessária. Analisando bem esse filme só não consegue ser pior do que “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” que é realmente péssimo. Também seria demais, convenhamos.

Indiana Jones e o Templo da Perdição (Indiana Jones and the Temple of Doom, Estados Unidos, 1984) Direção:  Steven Spielberg / Roteiro: George Lucas, Willard Huyck, Gloria Katz / Elenco: Harrison Ford, Kate Capshaw, Jonathan Ke Quan / Sinopse: O arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) vai até a índia em busca de uma mitológica pedra preciosa. Lá acaba se envolvendo em uma série de aventuras em palácios e lugares exóticos e misteriosos. Indicado ao Oscar de Melhor Trilha Sonora. Vencedor do Oscar de Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Assassino Virtual

Título no Brasil: Assassino Virtual
Título Original: Virtuosity
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Brett Leonard
Roteiro: Eric Bernt
Elenco: Denzel Washington, Russell Crowe, Kelly Lynch
  
Sinopse:
Um serial killer do mundo virtual consegue romper a barreira do tempo e espaço e vem parar no mundo real, na nossa realidade. Uma vez nesse ambiente ele resolve levar em frente sua trajetória de crimes violentos. Apenas um policial poderá detê-lo em sua jornada de cadáveres. Filme indicado ao Prêmio Sitges - Catalonian International Film Festival na categoria de Melhor Ficção do ano.

Comentários:
Com a popularização de computadores pessoais (os chamados PCs) houve uma explosão de interesse no assunto. Essa ficção, produzida há mais de vinte anos, apostava justamente nesse crescente interesse pelo mundo virtual pelos jovens. O roteiro, até muito bem bolado, procurava trazer o que poderia acontecer se as duas realidades (a real e a virtual) colidissem em um mesmo ambiente, um mesmo mundo. No caso temos o serial killer do mundo virtual transportado para o nosso mundo e um policial fazendo de tudo para impedi-lo. Soa meio bobo para você? Provavelmente sim, já que o tempo não costuma ser muito gentil ou favorável a filmes de ficção. Com o tempo eles tendem a ficar ridículos pois os avanços da tecnologia torna todas as previsões obsoletas e até cômicas. Nesse filme, por exemplo, apesar de sua proposta futurista, nem há o uso de telefones celulares, por exemplo. De qualquer maneira sempre é de interesse do cinéfilo em ver dois grandes atores em cena, atuando juntos. Denzel Washington e Russell Crowe se saem muito bem embora esse último pareça meio deslocado nesse tipo de filme que definitivamente nunca foi sua especialidade. Já Denzel parece empenhado em fazer a fita dar certo. Até que em alguns momentos ele consegue mesmo dar um bom ritmo ao filme como um todo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

O Escorpião Rei

Título no Brasil: O Escorpião Rei
Título Original: The Scorpion King
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Chuck Russell
Roteiro: Stephen Sommers, Jonathan Hales
Elenco: Dwayne Johnson, Steven Brand, Michael Clarke Duncan, Kelly Hu, Bernard Hill, Peter Facinelli

Sinopse:
No deserto do Egito uma nova ameaça surge no horizonte. Um líder guerreiro que comanda um exército praticamente invencível. A guerra se aproxima e definirá quem finalmente vai conquistar o poder absoluto.

Comentários:
Filme fraco, apesar da ideia ser pelo menos interessante, sob o ponto de vista da cultura pulp. O curioso é que foi um filme que nasceu de outra franquia e que ironicamente deu origem a sua própria linha de filmes, em continuações cada vez mais fracas. Assim é no final das contas um mero derivado da franquia "A Múmia" que já não era grande coisa. Aqui aproveitaram um personagem secundário do primeiro filme e resolveram fazer uma nova produção apenas para ele, claro tentando também transformar o "The Rock" (Dwayne Johnson) em um novo astro dos filmes de ação. No geral tudo é muito derivativo e sem importância, apoiando-se completamente nos efeitos especiais, que são até bons, porém inferiores aos dos filmes da múmia. Curiosamente houve um Faraó no Egito Antigo que se chamava Escorpião Rei, porém pouco se sabe sobre ele. Claro que o roteiro desse filme não está nem um pouco preocupado com história, mas apenas em faturar nas bilheterias com um produto fast food. Enfim, um filme sem razão de ser que apesar disso conseguiu gerar continuações! Pois é, como gostava de dizer um antigo produtor de Hollywood, sempre é bom não subestimar o gosto ruim do público americano. Ele muitas vezes dá lucros inesperados.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de outubro de 2023

Uma Saída de Mestre

Título no Brasil: Uma Saída de Mestre
Título Original: The Italian Job
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: F. Gary Gray
Roteiro: Troy Kennedy-Martin, Donna Powers
Elenco: Mark Wahlberg, Jason Statham, Donald Sutherland, Edward Norton, Charlize Theron, Fausto Callegarini

Sinopse:

Depois de ser traído e deixado para morrer na Itália, Charlie Croker (Mark Wahlberg) e sua equipe planejam um elaborado assalto, com o objetivo de roubar uma grande fortuna em ouro. O alvo passa a ser justamente aquele que o traiu, seu ex-aliado. Filme premiado no World Stunt Awards.

Comentários:
Esse filme de ação reuniu um elenco e tanto! Realmente admirável. Penso inclusive que se fosse produzido nos dias de hoje não iriam conseguir reunir tantos astros e estrelas famosos do cinema atual. Afinal o cachê de todos eles inflacionou bastante desde 2003, quando o filme foi feito. Outro ponto positivo é que se trata de um filme sobre assalto. Esse é aquele tipo de filme que precisa ter um roteiro muito ruim para não dar certo. O natural mesmo é que acabe rendendo pelo menos um bom enredo, com doses de ação e suspense. A intenção dos ladrões é roubar um enorme carregamento em barras de ouro. O sonho de todo criminoso desse tipo. E para isso eles reúnem um tipo de "experts", cada um na sua area de atuação. Recentemente assistindo ao novo "Velozes e Furiosos" há uma pequena menção a essa produção quando Jason Statham mostra ao The Rock um pequeno carro italiano, um daqueles mini veículos, populares entre os consumidores da Itália. E esses carrinhos acabam sendo também uma das estrelas desse filme, em ótimas cenas de perseguição. Enfim, se você curte esse tipo de action movie, pode assistir sem medo. Vai gostar, seja de uma maneira ou outra.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Miami Vice

Dupla de detetives formada por James Crockett (Colin Farrell) e Ricardo Tubbs (Jamie Foxx) se envolvem numa complicada investigação sobre tráfico de drogas na cidade de Miami. "Miami Vice" foi um grande sucesso da TV americana durante a década de 80 (aqui no Brasil foi exibida pelo canal SBT). Como em Hollywood existe um certo deserto de idéias novas os produtores resolveram transpor as aventuras policiais desses detetives para o cinema. Os mais nostálgicos da antiga série certamente reclamaram do resultado, principalmente pelo uso excessivo de violência no filme. De certo forma eles tem razão uma vez que essa produção não captou o charme do produto original. Os atores também não repetem os bons desempenhos que vimos na telinha. Colin Farrell não consegue em nenhum momento recuperar o estilo e jeito cool de ser de Don Johnson. A única boa novidade é que o figurino exagerado da série foi aposentado. Quem ainda se lembra dos ternos brancos enormes que Don Johnson desfilava em cena? E do terror estético de seu parceiro? Felizmente aqui em termos de elegância a coisa melhora um pouco. 

Já o roteiro segue basicamente a mesma premissa. Miami é como New Orleans, uma cidade com muita personalidade, em que a mistura étnica deu um colorido todo especial para aquela comunidade, bem diferente das selvas de pedra do resto dos EUA, com suas arquiteturas maçantes e sem brilho. Miami aliás hoje brilha em outro seriado de grande sucesso atual, "Dexter" sobre o serial killer mais famoso da história da TV americana. "Miami Vice", o remake, foi dirigido pelo cineasta Michael Mann. Ele tem fama de durão e de jogar duro com os estúdios impondo sua visão em cada filme que participa. Aqui em "Miami Vice" por outro lado não vemos muito desse seu toque autoral pois tudo soa como produto embalado mesmo. A impressão que tive ao ver o filme foi que Mann colocou pouco de sua visão na tela em detrimento da busca de um grande sucesso de bilheteria. Se essa foi sua real intenção não deu muito certo. Produção cara - com custo superior a mais de 100 milhões de dólares - "Miami Vice" não conseguiu se tornar um grande sucesso. 

Miami Vice (Miami Vice, Estados Unidos, 2006) Direção: Michael Mann / Roteiro: Michael Mann, Anthony Yerkovich / Elenco: Colin Farrell, Jamie Foxx, Naomie Harris, Barry Shabaka Henley, Ciarán Hinds, Jon Jacobs, Domenick Lombardozzi, Elizabeth Rodriguez, Justin Theroux / Sinopse: Dupla de detetives formada por James Crockett (Colin Farrell) e Ricardo Tubbs (Jamie Foxx) se envolvem numa complicada investigação sobre tráfico de drogas na cidade de Miami. 

Pablo Aluísio.

sábado, 30 de setembro de 2023

300

Algumas coisas são importantes você saber de antemão sobre 300. Primeiro é que essa não é uma tentativa de reviver os antigos épicos do passado. Nunca foi a proposta de seus realizadores ter uma visão baseada em filmes como Ben-Hur ou até mesmo Alexandre, o Grande (me refiro ao original e não ao filme de Oliver Stone). Outra observação importante a fazer é que 300 não é uma produção que tenha como objetivo ser historicamente correta. 

Na realidade esse filme é uma adaptação de quadrinhos e como tal é pura cultura pop em movimento. Provavelmente seja a melhor adaptação de uma Graphic Novel jamais realizada, só ficando ombro a ombro com Sin City que também é extremamente bem realizado. Desse modo o que vemos em cena é puro estilo baseado na arte gráfica da publicação original. Muitos que foram assistir 300 não levaram essas questões em consideração e por isso não gostaram muito do resultado final. Acharam uma linguagem inovadora mas cansativa. De certa forma para gostar de 300 você também tem que gostar de quadrinhos caso contrário vai ficar complicado se inserir dentro do universo que é mostrado na tela.

A trama se passa no ano 480 a.c. O supremo Imperador da Pérsia, Xerxes (interpretado com afetação por Rodrigo Santoro), decide enviar seu poderoso e até aquele momento invencível exército para dominar e arrasar a Grécia, naquele momento um conjunto de Cidades- Estados independentes entre si, Muitas cidades resolvem sucumbir à terrível ameaça que vem do Oriente mas a cidade grega de Esparta, conhecida por possuir os melhores guerreiros de toda a Grécia resolve enfrentar Xerxes e suas legiões. São selecionados assim 300 dos mais virtuosos combatentes Espartanos. Resolvem lutar usando de um ponto geográfico muito específico que lhes dá grande vantagem estratégica. A partir daí a batalha épica tem seu começo. Como não poderia deixar de ser esse roteiro lida muito bem com honra, garra e persistência, louvando aquele sentimento nobre de nunca desistir, de lutar até o fim, morrendo de pé se necessário. Zack Snyder aqui dá uma boa amostra de seu estilo diferenciado, arrebatador. Junte a isso o excelente material de Frank Miller no qual o filme é baseado e assim temos  um dos melhores filmes de aventura dos últimos tempos. Provavelmente depois você vai se pegar gritando: "Espartaaaaaaaaaaaa..." em algum momento decisivo de sua vida.


300 (300, Estados Unidos, 2007) Direção: Zack Snyder / Roteiro: Zack Snyder, Kurt Johnstad, Michael B. Gordon baseado na obra de  Frank Miller e Lynn Varley / Elenco:  Gerard Butler, Vincent Regan, Lena Headey, David Wenham, Michael Fassbender, Rodrigo Santoro, Tom Wisdom, Andrew Tiernan, Dominic West, Andrew Pleavin./ Sinopse: Trezentos dos maiores guerreiros de Esparta resolve enfrentar o magnífico exército de Xerxes, imperador da Pérsia.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Homem de Ferro

Primeira aventura do Homem de Ferro nos cinemas. Esse personagem da Marvel sempre foi muito querido pelos fãs dos quadrinhos mas nunca havia tido um tratamento tão vip como agora. Embora tenha seus fãs mais leais o fato é que o Homem de Ferro vinha em crise de popularidade, tendo inclusive seus títulos próprios cancelados no Brasil. O filme porém mudou tudo, agora ele é sempre um dos mais lembrados heróis do universo Marvel, virando inclusive uma força no mercado de licenciamentos com muitos brinquedos, jogos, camisas e demais bugigangas à venda. De fato o personagem é bem interessante, não apenas por ser uma nova versão dos antigos robôs dos filmes de ficção da década de 50 mas por ter também um alter ego muito singular, o bilionário Tony Stark (Robert Downey Jr.). 

Um fato curioso que poucos parecem se dar conta é que Stark é na realidade uma versão no mundo da ficção de Howard Hughes, um excêntrico magnata que viveu nos EUA (e que foi retratado pelo cinema no filme "O Aviador" com Leonardo Di Caprio fazendo o papel). Hughes assim como Stark era louco por tecnologia e aplicava muito tempo e dinheiro com invenções - algumas bem malucas - e aventuras. Morreu completamente louco e isolado em um quarto de hotel em Las Vegas, cercado de lixo e fezes por todos os lados. Apesar de seu final inglório Hughes está em Stark em praticamente todos os aspectos, seu visual (com o famoso bigodinho), seus maneirismos, seus projetos mirabolantes, etc. 

Esse Homem de Ferro, o filme, faz parte de um longo processo que vem há tempos se perpetuando no mundo do cinema americano. Descobriu-se, desde Batman de Tim Burton, que havia uma enorme legião de fãs de quadrinhos ávidos por consumir filmes de seus super-heróis preferidos. Vendo a mina de ouro os estúdios correram atrãs dos direitos autorais o que não foi fácil pois a Marvel sempre foi muito mal gerenciada, vendendo os seus direitos sem muito critério. A batalha pelos direitos do Homem Aranha, por exemplo, durou anos! Como o Homem de Ferro sempre foi considerado um personagem de segundo escalão a compra dos direitos de uso foi bem mais fácil. O filme é muito eficiente, bem realizado e competente. Nada de muito brilhante surge em cena mas em nenhum momento a produção decepciona. Robert Downey Jr, depois de anos de abuso de drogas e vexames públicos conseguiu finalmente que um grande estúdio apostasse as fichas nele, o escalando para o personagem principal. Direção de arte, efeitos digitais, tudo parece se enquadrar muito bem no final das contas. O velho Hughes certamente ficaria orgulhoso. 


Homem de Ferro (Iron Man, Estados Unidos, 2008) Direção: Jon Favreau / Roteiro:: Arthur Marcum, Matt Holloway, Mark Fergus, Hawk Ostby baseados no famoso personagem da Marvel criado por Stan Lee  / Elenci: Robert Downey Jr., Terrence Howard, Gwyneth Paltrow, Jeff Bridges, Samuel L. Jackson, Leslie Bibb, Stan Lee, Shaun Toub, Bill Smitrovich, Faran Tahir. / Sinopse: Tony Stark (Robert Downey Jr) é  um excêntrico bilionário e industrial que resolve criar uma inédita arma de guerra, uma armadura letal que também lhe serve como salva vidas uma vez que ele depende do equipamento para sobreviver.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de setembro de 2023

Homem-Aranha

Foram muitos anos de disputas judiciais em torno dos direitos autorais do personagem Homem-Aranha. Como essa guerra aconteceu nos bastidores, bem longe do público, muitos que ignoravam esses fatos não conseguiam entender porque um dos personagens mais populares das histórias em quadrinhos não chegava nunca às telas de cinemas mesmo após os grandes sucessos de bilheteria de Batman e Superman. Pois bem, um dia tudo isso teria que ser resolvido e foi. Os direitos autorais do aracnídeo finalmente foram adquiridos pelo poderoso grupo Sony – dono dos estúdios Columbia. E assim, finalmente em 2002 (lá se vão onze anos!) o Homem-Aranha finalmente chegou aos cinemas do mundo todo. Essa foi uma produção digna da enorme popularidade do herói, pois o estúdio não economizou em recursos, nem de produção e nem muito menos de marketing. Os produtos licenciados chegaram em todas as lojas e de repente o Homem-Aranha podia ser visto em tudo que era lugar, desde lancheiras, cadernos até roupas e sapatos.

Mas a questão principal permanecia: Será que o filme realmente era bom? A resposta, ainda bem, era positiva! Sim, o filme estava à altura do personagem e conseguia mesclar um roteiro bem escrito contando a origem do super-herói com doses caprichadas de drama, humor e romance. Tobey Maguire surgia pela primeira vez como o ícone dos gibis e a direção de Sam Raimi provava que era possível transpor o universo dos quadrinhos com eficiência e bom gosto para o cinema. Os efeitos especiais deixavam um pouco a desejar, é verdade, principalmente nas cenas em que o Homem-Aranha saía pela cidade pendurado em suas teias, mas eram cenas esporádicas e ocasionais, sendo que na maioria do filme tudo soava a contento. Como era de se esperar o filme se tornou um enorme sucesso de bilheteria ao redor do globo e o personagem criado por Stan Lee como uma forma de identificação com seus leitores caiu em cheio no gosto do público cinéfilo. A fita deu origem a mais duas continuações e mostrou que havia certamente um espaço reservado para o Spider-Man nas telas de cinema. Demorou mas chegou o dia. Antes tarde do que nunca!

Homem-Aranha (Spider-Man, Estados Unidos, 2002) Direção: Sam Raimi / Roteiro: David Koepp baseado nos personagens criados por Stan Lee e Steve Ditko / Elenco: Tobey Maguire, Kirsten Dunst, Willem Dafoe, James Franco, Cliff Robertson / Sinopse: Peter Parker (Tobey Maguire) é um jovem estudante como qualquer outro que é picado por uma aranha de laboratório. Depois do incidente ele descobre ter poderes especiais como subir em paredes e usar teias para se locomover entre os arranha-céus da cidade. Agora terá que entender que “grandes poderes trazem também grandes responsabilidades”

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Guerreiro

Esse filme é uma grata surpresa. Provavelmente muita gente vai ignorar pensando tratar-se de mais um daqueles especiais de vale tudo que saem diretamente em DVD. Realmente o marketing feito em torno dessa produção deixou a desejar e no Brasil ele sequer conseguiu espaço nas salas de cinema. Uma pena. A premissa é interessante: acompanhamos a estória de dois jovens. Um deles (Tom Hardy) reencontra o pai (Nick Nolte) após anos sem nenhum contato. O outro (Joel Edgerton) é professor de High School que em sérias dificuldades financeiras (o banco está prestes a executar sua casa) resolve voltar para o ringue atrás do prêmio de cinco milhões de dólares de uma nova competição chamada Sparta. Os personagens e a dramaticidade do filme são bem desenvolvidos o que é uma surpresa e tanto tratando-se do tema da produção pois era de supor que tudo se concentrasse apenas na pancadaria irracional, mas não, os atores estão bem e o roteiro é bem escrito, totalmente redondinho. Claro que em um momento ou outro o filme cai no clichê, o que é normal em termos de cinema esportivo mas esses pequenos deslizes não comprometem o resultado final. Tudo é de bom gosto e bem desenvolvido. As lutas também são bem coreografadas e chegam a empolgar.

O diretor Gavin O´Connor também faz parte do elenco do filme interpretando o promotor da luta JJ Riley, um ex figurão de Wall Street que resolve investir pesado na categoria. Gavin é bom diretor embora até agora não tenha feito nada de muito marcante. Seu melhor filme é "Força Policial" que ele dirigiu há três anos. Curiosamente tinha um enredo até mesmo um pouco parecido com esse "Guerreiro". É um cineasta que se preocupa com pequenos detalhes que fazem diferença no resultado final. Enfim, "Guerreiro" é um belo sopro de renovação no gênero cinema esportivo. Em tempos de fim da linha para antigos heróis do estilo como Rocky Balboa nada melhor do que surgir alguém para revitalizar os chamados "filmes de luta". Recomendo.

Guerreiro (Warrior, Estados Unidos, 2011) Direção: Gavin O'Connor / Roteiro:Cliff Dorfman, Gavin O'Connor, Peter Anthony Tambakis / Elenco: Joel Edgerton, Tom Hardy, Nick Nolte, Jennifer Morrison / Sinopse: Dois irmãos acabam em lados opostos durante uma competição esportiva de luta.

Pablo Aluísio.