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sábado, 14 de outubro de 2023

Indiana Jones e o Templo da Perdição

É curioso que Steven Spielberg tenha dado continuação ao seu grande sucesso de bilheteria “Caçadores da Arca Perdida”. Por essa época o cineasta não via com bons olhos seqüências de filmes de sucesso, tanto que chegou a declarar que odiava a idéia de um bom filme virar uma espécie de “franquia comercial” no cinema. Obviamente a raiva de Spielberg tinha endereço certo: as várias continuações (todas bem ruins) que o estúdio havia feito de “Tubarão”, um filme que Spielberg considerava sua obra prima, com roteiro fechado em si, sem possibilidade de se levar em frente. Claro que anos depois ele próprio mudaria de opinião e daria origem a muitas franquias com seu nome, principalmente como produtor executivo, mas por essa época o diretor ainda poderia ser considerado um purista e idealista da sétima arte (quando se tornou dono de estúdio Spielberg jogou fora tudo o que havia dito nesses anos). Pois bem, talvez por pressão do estúdio ou de seu amigo George Lucas o fato é que ele voltou para realizar a primeira seqüência de sua carreira: “Indiana Jones e o Templo da Perdição”. O arqueólogo mais famoso da história do cinema estava de volta às telas.

Assim que o filme chegou aos cinemas recebeu uma saraivada de críticas, pois os especialistas o consideraram violento demais para um público infanto-juvenil. Alguns anos atrás George Lucas reconheceu isso, de que a fita era realmente sangrenta além do que seria razoável. Atribuiu isso a problemas pessoais pelos quais passava enquanto escrevia a estória do filme. Segundo Lucas ele estava se divorciando de sua primeira esposa que estava levando quase tudo o que ele havia conquistado em anos e anos de trabalho e essa situação frustrante se refletiu em seu trabalho. Lucas escreveu cenas violentas, de cultos primitivos, onde pessoas tinham seu coração arrancado do peito, ainda batendo. “Era uma metáfora do que eu mesmo sentia” – explicou depois. Revisto hoje em dia “Indiana Jones e o Templo da Perdição” ainda se mostra uma boa película, com doses certas de ação e aventura, inclusive com cenas que se tornaram das mais lembradas da série mas em termos de comparação se torna bem inferior ao filme seguinte, “Indiana Jones e a Última Cruzada”. E de fato é bem violento, principalmente nas cenas de sacrifícios humanos, uma violência gratuita desnecessária. Analisando bem esse filme só não consegue ser pior do que “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” que é realmente péssimo. Também seria demais, convenhamos.

Indiana Jones e o Templo da Perdição (Indiana Jones and the Temple of Doom, Estados Unidos, 1984) Direção:  Steven Spielberg / Roteiro: George Lucas, Willard Huyck, Gloria Katz / Elenco: Harrison Ford, Kate Capshaw, Jonathan Ke Quan / Sinopse: O arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) vai até a índia em busca de uma mitológica pedra preciosa. Lá acaba se envolvendo em uma série de aventuras em palácios e lugares exóticos e misteriosos. Indicado ao Oscar de Melhor Trilha Sonora. Vencedor do Oscar de Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio.

sábado, 29 de julho de 2023

Os Caçadores da Arca Perdida

Decidi rever "Os Caçadores da Arca Perdida". Esse foi um filme que assisti pela primeira vez em minha adolescência (talvez fim da infância, não me recordo bem), que fazia muitos anos que tinha visto pela última vez. É a tal coisa, em relação a determinados filmes criamos uma certa nostalgia emocional, muitas vezes por termos assistido em determinada época de nossas vidas. Agora revendo o filme já não me pareceu tão encantador e especial. Afinal já sou outra pessoa, vivendo outra fase da minha existência. Reflexões existenciais à parte, também devo dizer que o trabalho de Steven Spielberg e George Lucas continua intacto e não foi afetado pela passagem dos anos.

A intenção da dupla foi recriar o espírito dos antigos filmes de matinês dos anos 40 e 50. Acertaram em cheio. Indiana Jones em sua primeira aparição no cinema, não deixa a bola cair em nenhum momento. O enredo criado e escrito por George Lucas é pura aventura nostálgica. Jones (Ford) é um professor de arqueologia que está sempre pronto a ir atrás de grandes relíquias do passado. Após colocar as mãos em uma antiga divindade de ouro dos Maias e ser passado para trás pelos nazistas, ele volta para os Estados Unidos. Então é procurado para ir atrás daquela que talvez seja a maior relíquia arqueológica da história, a Arca da Aliança, a mesma onde Moisés depositou os dez mandamentos.

Acontece que os nazistas também estão tentando localizar o lendário objeto, já que Hitler e seus imediatos eram particularmente interessados em ocultismo. Acreditavam que a posse da Arca da Aliança lhes trariam a invencibilidade nos campos de batalha. Indiana Jones então parte para sua aventura, inicialmente indo até o Nepal onde encontra a filha de um velho arqueólogo que achou o cajado que iria determinar a localização exata da Arca no deserto do Egito (como ela foi parar lá? O roteiro explica, foi roubada por um Faraó que destruiu o Templo de Salomão).

A partir daí o filme não cessa um minuto. É uma cena de ação e aventura atrás da outra. Tem de tudo, cenas de perseguição, a luta de Indiana Jones e um brutamontes nazista na frente do avião (que você certamente vai lembrar por causa do sangue jorrando para todos os lados pela hélice do aparelho) e é claro a descida de Indiana Jones até o templo onde a Aliança foi guardada e escondida (que aliás é repleto de cobras, que Jones simplesmente tem pavor). No final Spielberg e Lucas decidiram (com acerto) ir para o lado sobrenatural da situação, mostrando a Arca da Aliança como realmente um objeto de grande poder. Assim que a Arca é aberta pelos nazistas forças poderosas e inexplicáveis consomem a todos ao redor. Uma cena memorável que inclusive não perdeu seu impacto em termos de efeitos especiais.

O saldo final foi muito positivo. Rever "Raiders of the Lost Ark" sempre será um prazer, pelo visto. Claro que o mesmo impacto que tive quando assisti pela primeira vez nunca mais se repetirá. Esse foi consumido pelas areias do tempo. Mesmo assim é impossível negar que o filme ainda continua muito divertido e sagaz.  Um símbolo da genialidade de Steven Spielberg, no auge de sua fase dourada e criativa, e George Lucas, que deixou o universo de "Star Wars" para criar outro universo igualmente saboroso e marcante na história do cinema.

Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, Estados Unidos, 1981) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Lawrence Kasdan, George Lucas / Elenco: Harrison Ford, Karen Allen, Paul Freeman / Sinopse: Após ser passado para trás na busca de um artefato nas selvas da América Central, o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) é contactado pelo governo americano para localizar a Arca da Aliança, que está sendo cobiçada pelos nazistas. Cabe a Jones achá-la antes que caia nas mãos de Hitler.

Pablo Aluísio.