domingo, 25 de agosto de 2024

Homem de Ferro 3

Filmes de número 3 sempre são problemáticos. Há uma certa tradição em dizer que geralmente são os piores de várias trilogias (com raras exceções). Infelizmente “Homem de Ferro 3” vem para confirmar essa regra! Poucos pensariam que um filme tão equivocado fosse feito após o sucesso de público e crítica de “Os Vingadores”. A impressão porém é que a Marvel, completamente entupida de dólares, esqueceu de caprichar no produto, entregando praticamente qualquer coisa para os fãs de quadrinhos consumirem. “Homem de Ferro 3” erra em muitos aspectos mas o pior deles é seu roteiro que preguiçosamente tenta dar alguma agilidade a várias cenas de ação mal explicadas que passam a sensação de pura embromação (o espectador ficaria assim distraído do argumento capenga da produção). Outro problema muito visível é a atuação de Robert Downey Jr como Tony Stark. Esse ator tem que sempre estar em rédeas curtas pois caso contrário seus maneirismos e atitudes bobas dominam a cena.
   
Em “Homem de Ferro 3” ele está fora de controle. Como toda celebridade que se preze o astro interferiu em muitos aspectos do roteiro inserindo uma quantidade enorme de piadas sem graça em cada momento. Em certa altura o espectador começa a questionar se está assistindo a um filme de super-herói ou uma comédia boboca cheia de “cacos” inseridos pelo ator principal. Outro problema muito sério desse filme: nenhuma adaptação de quadrinhos funciona sem um grande vilão por trás. Esse aliás sempre foi o segredo do sucesso de todos os filmes da franquia Batman. Infelizmente o Homem de Ferro sempre foi carente nesse aspecto (até nos quadrinhos) e aqui o problema se repete. O tal de Mandarim mais parece um palhaço do que um antagonista de verdade. Fazer de sua participação uma mera escada cômica é seguramente um enorme equívoco. Em suma, “Homem de Ferro 3” é uma terceira seqüência digna de Hollywood: preguiçosa, com atuações negligentes, sem novidades e esbanjando sinais de cansaço por todos os lados. Melhor encerrar a franquia por aqui.

Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, Estados Unidos, 2013) Direção: Shane Black / Roteiro: Shane Black, Drew Pearce / Elenco: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Guy Pearce, Ben Kingsley, Paul Bettany, Rebecca Hall / Sinopse: O milionário industrial Tony Stark (Robert Downey jr) tem que enfrentar um novo vilão ao mesmo tempo em que tenta lidar com inúmeros problemas pessoais e profissionais.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de agosto de 2024

Marcado Para a Morte

Título no Brasil: Marcado Para a Morte
Título Original: Marked for Death
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Dwight H. Little
Roteiro: Michael Grais, Mark Victor
Elenco: Steven Seagal, Joanna Pacula, Basil Wallace

Sinopse: 
Steven Seagal interpreta John Hatcher, um agente especial da agência de combate ao narcotráfico (DEA) que tem seu parceiro morto por traficantes em atuação na Colômbia. De volta aos EUA ele procura por vingança contra a morte de seu amigo policial.

Comentários:
O sucesso de "Nico" abriu as portas para uma carreira cinematográfica de Steven Seagal. Aqui ele basicamente faz um genérico de seu primeiro sucesso. O enredo se passa dentro da guerra envolvendo as agências de repressão dos Estados Unidos e o crime organizado colombiano. Na época estava muito em voga a figura de Pablo Escobar, um megatraficante que tinha um poder financeiro e de fogo que impressionava os americanos, tudo fruto de suas vendas de cocaína dentro do mercado consumidor milionário dos EUA. O curioso é que "Marcado Para a Morte" antecipou o que iria acontecer com vários filmes de Seagal nos anos seguintes. A carreira nos cinemas era modesta, com bilheterias boas mas nada excepcionais. Já no mercado de fitas VHS o estouro era certo. Seagal se tornou um campeão de locações pois seus filmes se mostravam adequados para o consumo doméstico. Revisto hoje em dia encontramos todas as características que fizeram a alegria dos fãs de action movies dos anos 80 (embora esse filme tenha sido lançado na década de 90). Cenas de tiroteios, confrontos, lutas e ação! Um entretenimento que soa nostálgico atualmente para muita gente.

Pablo Aluísio

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Air America

O filme foi baseado em um livro escrito por Christopher Robbins em 1979. Era uma obra que denunciava os envolvimentos da CIA com contrabando e desvio de armas e equipamentos para o Laos durante a Guerra do Vietnã. Inicialmente o filme seria estrelado por Sean Connery e Bill Murray mas depois de várias tentativas fracassadas de contratar os atores o projeto acabou indo parar nas mãos de Mel Gibson. O ator gostou do enredo mas achou que o filme ficaria pesado demais com o roteiro originalmente escrito. Foi então que o estúdio resolveu amenizar tudo, transformando “Air America” em um filme de ação com toques de humor em todas as cenas. O que era para ser mais um filme sério sobre o envolvimento dos EUA no Vietnã acabou virando praticamente uma comédia, com Mel Gibson desfilando sua performance típica de sujeito meio maluco, sem medo de entrar nas maiores enrascadas. Ao seu lado foi escalado o jovem ator Robert Downey Jr que na época ainda sofria bastante com sua conhecida dependência química de drogas pesadas. Aliás o estúdio não queria contratar Downey Jr por causa dos riscos envolvidos mas Gibson convenceu os produtores de que ele seria uma boa opção para o filme.

Assim o que se vê em Air America é basicamente um filme com muita ação, várias cenas de aviação extremamente bem realizadas mas conteúdo muito fraco e sem consistência. A trama se passa em 1969 quando o piloto de aviação civil Billy Covington (Downey) que trabalha numa rádio de Los Angeles perde sua licença por não seguir os padrões de segurança. Desempregado ele ouve falar numa oportunidade de trabalho no distante Laos. A remuneração é muito boa mas o serviço é perigoso porque a região é vizinha ao Vietnã onde os EUA se afundam cada vez mais em um conflito sem muito sentido. Em plena zona de guerra ele acaba conhecendo Gene Ryack (Gibson), um piloto que usa seus vôos para contrabandear armas e munições na região. Mel Gibson levou sete milhões de dólares de cachê mas parece não levar nada à sério. O filme foi rodado na Tailândia, com  uso de aviões e pilotos tailandeses. No saldo final é uma aventura escapista, sem muita profundidade, que prefere investir na ação e no humor em doses fartas. Poderia certamente ser um filme melhor, tratando o tema com seriedade mas não foi esse o caminho escolhido pelos produtores. Assim “Air America” se tornou apenas mais um filme de verão indicado apenas aos fãs dos atores Mel Gibson e Robert Downey Jr. 

Air America (Air America, Estados Unidos, 1990) Direção: Roger Spottiswoode / Roteiro: John Eskow, Richard Rush baseados no livro de Christopher Robbins / Elenco:  Mel Gibson, Robert Downey Jr, Nancy Travis, David Marshall Grant, Michael Dudikoff / Sinopse: Dois pilotos se envolvem em vôos de contrabando de armas e munição no Laos durante a Guerra do Vietnã.

Pablo Aluísio

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Duro de Matar 3 - A Vingança

Título no Brasil: Duro de Matar - A Vingança 
Título Original: Die Hard: With a Vengeance
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: John McTiernan
Roteiro: Jonathan Hensleigh, Roderick Thorp
Elenco: Bruce Willis, Jeremy Irons, Samuel L. Jackson

Sinopse: 
Surge um novo terrorista, Simon Gruber (Jeremy Irons) que ameaça explodir dezenas de escolas de Nova Iorque caso não coloque as mãos no policial John McClane (Bruce Willis). Acontece que Simon é irmão de um criminoso que foi morto justamente por McClane (na trama do primeiro "Duro de Matar") e agora quer vingança. O que os policiais de Nova Iorque não sabem é que ele na realidade arma um grande golpe para desviar as atenções da autoridades. Enquanto elas correm para salvar as crianças ele rouba bilhões de dólares do banco central da cidade. 

Comentários:
Terceiro filme da franquia "Die Hard". A franquia não era mais do interesse de Willis e por isso a Fox teve que pagar um cachê recorde para o ator voltar para mais um filme de ação na pele do indestrutível John McClane. Aqui há dois bons aspectos a se considerar. O primeiro é a grandiosidade da produção. Há cenas realmente bem realizadas como a explosão de uma bomba no metrô de Nova Iorque. Outro ponto muito positivo é o elenco de apoio. Tanto Jeremy Irons (que interpreta um terrorista psicopata e frio) como Samuel L. Jackson (que faz um tira obcecado com racismo) estão muito bem em seus respectivos personagens. No saldo final é um filme de ação escapista, muito bem realizado, que consegue divertir bastante o espectador e os fãs da série.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

O Grande Anjo Negro

Título no Brasil: O Grande Anjo Negro
Título Original: Dark Angel
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Vision PDG, Epic Productions
Direção: Craig R. Baxley
Roteiro: Craig R. Baxley
Elenco: Dolph Lundgren, Brian Benben, Betsy Brantley, Matthias Hues, David Ackroyd, Sherman Howard

Sinopse:

O detetive Jack Caine (Dolph Lundgren) é um policial renegado que é forçado a trabalhar com um agente do FBI para derrubar um grupo de traficantes de drogas com planos sinistros.

Comentários:
Acredite, Dolph Lundgren já atuou em mais de 90 filmes ao longo de sua carreira! Poucos de sua geração conseguem apresentar uma filmografia tão extensa! E a maioria de seus filmes foram lançamentos B, de baixo orçamento, feitos muitas vezes para ser lançados diretamente no mercado de vídeo (que no caso desse aqui foi no velho sistema VHS). No Brasil essa produção barata, pois custou apenas 7 milhões de dólares, nunca foi lançada nos cinemas, chegando diretamente nas locadoras pelo selo Paris Filmes (quem lembra?). E como era comum em produções de ação nos anos 80 e 90 havia muito neon, explosões, trilha sonora com excesso de sintetizadores e um vilão pra lá de caricato, com longos cabelos loiros e olhar de criatura sobrenatural. O visual chegava até mesmo a lembrar o Highlander, o imortal personagem interpretado pelo Christopher Lambert, que era outro sucesso da época. Seria um anjo como sugere o título nacional? Bom, só assistindo para saber (ou lembrar caso você tenha visto na época).

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de agosto de 2024

Cyborg: O Dragão do Futuro

Título no Brasil: Cyborg: O Dragão do Futuro
Título Original: Cyborg
Ano de Lançamento: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Entertainment 
Direção: Albert Pyun
Roteiro: Albert Pyun
Elenco: Jean-Claude Van Damme, Deborah Richter, Vincent Klyn, Alex Daniels, Dayle Haddon

Sinopse:
Um lutador que vive em uma América apocalíptica devastada por uma praga que infestou o mundo, matando milhões, encontra uma ciborgue que carrega informações vitais para um grupo de cientistas em Atlanta que está trabalhando na cura da praga. E passam a ser perseguidos por assassinos do futuro.

Comentários:
Esse filme fez muito sucesso nas locadoras brasileiras. Estou me referindo ao comecinho dos anos 90, quando a fita foi lançada por aqui pelo selo América vídeo em VHS. Esse selo lançava no Brasil todos os filmes da companhia Americana Cannon dos produtores da dupla Golan-Globus. O ator Jean-Claude Van Damme realmente se destacou em uma história que eu poderia classificar como uma produção cyperpunk, um estilo de filme que fazia muito sucesso na época. Some-se a isso as lutas bem coreografadas. Curiosamente, o ator Jean-Claude Van Damme reclamou anos depois por causa de seu cachê irrisório nessa produção. Ele já estava se tornando um astro dos filmes de ação, mas não era ainda remunerado de forma adequada. De qualquer maneira, o filme capturou o belga em ótima forma física e em bons momentos, em que demonstrou sua capacidade nas cenas de luta e confronto pessoal. Ele realmente estava em um dos melhores momentos de sua força física. E tinha toda a habilidade técnica para satisfazer os fãs de filmes de artes marciais, tudo mesclado com esse toque futurista underground.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

O Sobrevivente

Cada ator famoso do gênero ação na década de 80 procurou trilhar um caminho próprio que acabasse caracterizando sua filmografia. Os filmes de Stallone, por exemplo, sempre flertaram com situações mais dramáticas como Rocky e até mesmo em Rambo - Programado para Matar. Já Chuck Norris era o rei das produções mais simples, de orçamentos modestos e cenas impossíveis. Entre eles Arnold Schwarzenegger foi o que mais flertou com a Ficção Cientifica. Como se não bastasse ter estrelado o clássico do gênero "O Exterminador do Futuro", ele alcançaria grande sucesso ainda com "Predador" e "O Vingador do Futuro", dois clássicos Sci-Fi daqueles anos. Assim não foi surpresa para ninguém quando surgiu com esse estranho "O Sobrevivente" (que no Brasil foi lançado também com seu título original, The Running Man). O roteiro era baseado na obra de Stephen King que curiosamente usou de um de seus pseudônimos quando o texto foi lançado,

Quando assisti recentemente "Jogos Vorazes" me lembrei imediatamente desse "The Running Man". O argumento é praticamente o mesmo. Em um futuro distante  Ben Richards (Arnold Schwarzenegger) se vê em um terrível jogo mortal onde terá que sobreviver a inúmeros combates e lutas.O diferencial é que tudo é consumido pelo povo em geral como simples diversão, numa verdadeira releitura das antigas arenas romanas de gladiadores. Assim tudo não passaria de um grande Game Show, na mais pura tradição do pão e circo para as massas empobrecidas e alienadas. Agora que você leu a sinopse de "O Sobrevivente" me diga com sinceridade: Existe alguma diferença com "Jogos Vorazes"? Eu sinceramente acho que não. O filme é bem realizado, tem boa produção e direção segura de Paul Michael Glaser, que curiosamente vinha do mesmo mundo da TV que criticava no filme. Tendo dirigido os sucessos "Miami Vice" e "Starsky e Hutch" ele certamente sabia lidar com o tema. Embora tenha sido lançado no auge da carreira do ator Arnold Schwarzenegger o filme, para surpresa de todos, não conseguiu fazer o sucesso esperado. Talvez o tema tenha soado muito complexo para aquele universo de filmes de ação da década de 80 ou então o público não comprou a ideia. De qualquer modo a produção funciona tanto como filme de ação como de Sci-Fi e merece ser redescoberto pelos fãs de ambos os gêneros. No fundo é uma crítica corrosiva sobre a futilidade reinante em nossos canais de TV, tal como o sucesso "Jogos Vorazes".


O Sobrevivente (The Running Man, Estados Unidos, 1987) Direção: Paul Michael Glaser / Roteiro: Steven E. de Souza baseado na obra de Stephen King / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Maria Conchita Alonso, Yaphet Kotto, Jim Brown, Jesse Ventura / Sinopse: Em um futuro distante Ben Richards (Arnold Schwarzenegger) se vê em um terrível jogo mortal onde terá que sobreviver a inúmeros combates e lutas. Tudo não passando de um Game Show realizado para entreter as massas ociosas e desocupadas.

Pablo Aluísio.